Soneto VII

No Rio Eufrate[s], ua erva, ou flor se cria
Que c’o Sol sobre as águas aparece,
E dentro se recolhe e se entristece
Quando no largo mar se esconde o dia.

Ă€ vista de meu Sol ledo me via
Fora do rio, que dos olhos crece;
Agora que meu Sol nĂŁo me amanhece,
Entre lágrimas vivo em noite fria.

Mas desta flor o triste estado Ă© breve,
Trás noite manhã tem; ai de quem chora
Contando noites, sem que um dia conte.

O Sol já por milagre quedo esteve:
Também parou meu Sol, mas parou fora,
Para noite sem fim de meu Horizonte.