Sonetos sobre Pulmões de Cruz e Souza

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Sonetos de pulmões de Cruz e Souza. Leia este e outros sonetos de Cruz e Souza em Poetris.

Natureza

Aos Poetas

Tudo por ti resplende e se constela,
Tudo por ti, suavĂ­ssimo, flameja;
És o pulmão da racional peleja,
Sempre viril, consoladora e bela.

Teu coração de pérolas se estrela,
E o bom falerno dás a quem deseja
Vigor, saúde a crença que floreja,
Que as expansões do cérebro revela.

Toda essa luz que bebe-se de um hausto
Nos livros sĂŁos, todo esse enorme fausto
Vem das verduras brandas que reluzem!

Esse da idéia esplêndido eletrismo,
O forte, o grande, audaz psicologismo,
Os organismos naturais produzem…

VĂŁo-Se De Todo Os Pardacentos Nimbos

VĂŁo-se de todo os pardacentos nimbos…
Chovem da luz as nĂ­tidas faĂ­scas
E no esplendor de irradiações mouriscas,
Abrem-se as flores em gentis corimbos.

Muito mais lestas do que amigos fimbos,
Do Azul cortando as bordaduras priscas,
Pombas do mato esvoaçando, ariscas,
Do céu se perdem nos profundos limbos.

A natureza pulsa como a forja…
Pássaros vibram no clarim da gorja,
As retumbantes, fortes clarinadas.

A grande artĂ©ria dos assombros pula…
E do oxigênio, a força que regula
Enche os pulmões a largas baforadas.

Auréola Equatorial

A Teodoreto Souto

Fundi em bronze a estrofe augusta dos prodĂ­gios,
Poetas do Equador, artĂ­sticos Barnaves;
Que o facho — Abolição — rasgando as nuvens graves
De raios e bulcões — triunfa nos litĂ­gios!

— O rei Mamoud, o Sol, vibrou p’raquelas bandas
do Norte — a grande luz — elĂ©trico, explodindo,
Assim como quem vai, intrépido, subindo
Ă€ luz da idade nova — em claras propagandas.

— Os pássaros titĂŁs nos seus conciliábulos,
— Chilreiam, vĂŁo cantando em mĂ­sticos vocábulos,
Alargam-se os pulmões nevrálgicos das zonas;

Abri alas, abri! — Que em tĂşnica de assombros,
Irá passar por vós, com a Liberdade aos ombros,
Como um colosso enorme o impávido Amazonas!