Sonetos sobre Ramos de Ant贸nio Nobre

2 resultados
Sonetos de ramos de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Nobre em Poetris.

Natal d’um Poeta

Em certo reino, 谩 esquina do planeta,
Onde nasceram meus Av贸s, meus Paes,
Ha quatro lustres, viu a luz um poeta
Que melhor f么ra n茫o a ver jamais.

Mal despontava para a vida inquieta,
Logo ao nascer, mataram-lhe os ideaes,
A falsa-f茅, n’uma trai莽茫o abjecta,
Como os bandidos nas estradas reaes!

E, embora eu seja descendente, um ramo
D’essa arvore de Heroes que, entre perigos
E guerras, se esfor莽aram pelo ideal:

Nada me importas, Paiz! seja meu amo
O Carlos ou o Z茅 da Th’reza… Amigos,
Que desgra莽a nascer em Portugal!

Vae para um Convento!

Falhei na Vida. Zut! Ideaes caidos!
Torres por terra! As arvores sem ramos!
脫 meus amigos! todos n贸s falhamos…
Nada nos resta. Somos uns perdidos.

Choremos, abracemo-nos, unidos!
Que fazer? Porque n茫o nos suicidamos?
Jezus! Jezus! Resigna莽茫o… Formamos
No mundo, o Claustro-pleno dos Vencidos.

Troquemos o burel por esta capa!
Ao longe, os sinos mysticos da Trappa
Clamam por n贸s, convidam-nos a entrar…

Vamos semear o p茫o, podar as uvas,
Pegae na enxada, descal莽ae as luvas,
Tendes bom corpo, Irm茫os! Vamos cavar…