Nos Teus Gestos

Nos teus gestos hĂĄ animais em liberdade
e o brilho doce que sĂł tĂȘm as cerejas.
É neles que adormeço, e dos teus dedos
retiro a luz azul dos arquipélagos.

Os teus gestos sĂŁo letras, sĂ­labas, poemas.
Os teus gestos sĂŁo pĂĄginas inteiras. SĂŁo
a tua boca a namorar na minha boca,
o cio dos séculos a saudar o tempo.

SĂŁo os teus gestos que me acordam. Gestos
que vestem o silĂȘncio fundo das ravinas
e assinalam a ĂĄgua dos desertos.

Os teus gestos sĂŁo mĂșsica. SĂŁo lume.
São a respiração do teu olhar. A seara
de espigas que ondula no meu corpo.