Textos sobre Desejos de Eugène Delacroix

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Textos de desejos de Eugène Delacroix. Leia este e outros textos de Eugène Delacroix em Poetris.

Simplicidade e Perseverança

O que pensas que foi a vida dos homens que se conseguiram erguer acima do comum? Um combate contínuo. Se se tratar de um escritor, para escrever, uma luta contra a preguiça (que ele sente tanto como o homem comum): e isto porque o seu génio quer manifestar-se – e ele não obedece apenas ao desejo vão de se tornar célebre, mas ao apelo da sua consciência. Calem-se portanto os que trabalham com frieza: poder-se-á imaginar o que é trabalhar sob a influência da inspiração? Que medo, que hesitação sentimos em despertar esse leão adormecido, cujos rugidos fazem estremecer todo o nosso ser! Mas, voltando atrás: ser firme, simples e verdadeiro – eis o útil ensinamento de todos os momentos.

O Progresso do Homem Feliz

O homem feliz é aquele que conquistou a felicidade ou o momento da felicidade que sente presentemente. O tão afamado progresso tende a suprimir o esforço que medeia entre o desejo e a sua realização – e acaba por tornar o homem, na verdade, ainda mais infeliz. O homem habitua-se… graças a esta perspectiva de uma felicidade fácil de conseguir supressão da distância e do trabalho, em tudo.

Progresso Aparente

O homem progride em todos os sentidos. Domina a matéria, é incontestável, mas ainda não se sabe dominar a si mesmo. Sim, façam-se caminhos de ferro e telégrafos, atravessem-se num abrir e fechar de olhos terras e mares, mas dirijam-se também as paixões como se conduzem os aeróstatos: abulam-se sobretudo as paixões malignas que, apesar das máximas liberais e fraternas da nossa época, ainda não perderam o seu domínio detestável sobre os nossos corações. É nisso que reside o verdadeiro progresso, e até a verdadeira felicidade! Mas, pelo contrário, até parece que os nossos instintos de cobiça e de gozo egoísta foram infindamente ainda mais excitados por todas estas inovações materiais.
O desejo de uma felicidade impossível, que seria obtida independentemente na satisfação que nos vem da paz da alma, é indissociável já de qualquer nova descoberta e parece fazer retroceder no tempo a quimera desse paraíso dos sentidos.