Textos sobre Sentidos

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Textos de sentidos escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

A Falsa Emancipação da Mulher

Actualmente, tem-se a pretensão de que a mulher é respeitada. Uns cedem-lhe o lugar, apanham-lhe o lenço: outros reconhecem-lhe o direito de exercer todas as funções, de tomar parte na administração, etc.; mas a opinião que têm dela é sempre a mesma – um instrumento de prazer. E ela sabe-o. Isso em nada difere da escravatura. A escravatura mais não é do que a exploração por uns do trabalho forçado da maioria. Assim, para que deixe de haver escravatura é necessário que os homens cessem de desejar usufruir o trabalho forçado de outrem e considerem semelhante coisa como um pecado ou vergonha. Entretanto, eles suprimem a forma exterior da escravatura, depois imaginam, persuadem-se de que a escravatura está abolida mas não vêem, não querem ver que ela continua a existir porque as pessoas procedem sempre de maneira idêntica e consideram bom e equitativo aproveitar o trabalho alheio. E desde que isso é julgado bom, torna-se inveitável que apareçam homens mais fortes ou mais astutos dispostos a passar à acção. A escravatura da mulher reside unicamente no facto de os homens desejarem e julgarem bom utilizá-la como instrumento de prazer. Hoje em dia, emancipam-na ou concedem-lhe todos os direitos iguais aos do homem,

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A Força do Presente

Fosse a tua vida três mil anos e até mesmo dez mil, lembra-te sempre que ninguém perde outra vida que aquela que lhe tocou viver e que só se vive aquela que se perde. Assim a mais longa e a mais curta vida se equivalem. O presente é igual para todos, e o que se perde é, por isso mesmo, igual, e o que se perde surge como a perda de um segundo. Com efeito, não é o passado ou o futuro que perdemos; como poderia alguém arrebatar-nos o que não temos?
Por isso toma sentido, a toda a hora, nestas duas coisas: primeiramente, que tudo, desde toda a eternidade, apresenta aspecto idêntico e passa pelos mesmos ciclos, e pouco importa assistir ao mesmo espectáculo em duzentos anos ou toda a eternidade; depois, que tanto perde o homem que morre carregado de anos como o que conta breves dias, consistindo a perda no momento presente; não se pode perder o que não se tem.

A Razão é Incompetente para Determinar uma Verdade

Todo o conhecimento vem dos ou pelos sentidos; porém não sabemos quantos são os sentidos (quantos sentidos há). Sentidos chamamos nós àqueles dispositivos da mente pelos quais toma conhecimento (recebe uma impressão de que qualquer coisa existe, e de que essa coisa apresenta determinado aspecto). A razão, ou intelecto, nem percebe, nem cria; tão-somente compara, e, por comparação, rectifica e elabora, os dados que os sentidos ministram. A razão é, portanto, incompetente para determinar uma verdade, por isso que não pode determinar um facto, mas só compará-los com outros.

O Alimento da Imaginação

Possuir muita imaginação significa que a função de percepção do cérebro é suficientemente forte para, invariavelmente, não necessitar de um estímulo dos sentidos para entrar em actividade. Consequentemente, a imaginação é tanto mais activa quanto menos percepções do exterior nos forem transmitidas pelos sentidos. Uma prolongada solidão, a prisão ou um leito de doença, o silêncio, o crepúsculo, a escuridão, são-lhe propícios: sob a sua influência, entra em actividade sem ser invocada. Por outro lado, quando é fornecida à nossa pecepção uma grande quantidade de matéria real do exterior, como sucede nas viagens, no bulício da vida, ao meio-dia, a imaginação faz férias e recusa-se a entrar em actividade, mesmo quando invocada: parece que não é a sua estação.
Não obstante, para que a imaginação seja frutuosa, é preciso que tenha recebido muito material do mundo exterior, pois só isso pode encher a sua despensa. Mas a alimentação da fantasia é como a alimentação do corpo: é precisamente na altura em que recebe uma grande dose de alimentos que precisa de digerir que o corpo se encontra menos eficiente e mais gosta de descansar – no entanto, é a esse alimento que deve toda a força que mais tarde manifesta,

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A Livre Discussão dos Problemas

A nossa orientação tem sido sempre contra o reacender de lutas políticas, através de cuja violência e trágicos desfechos vemos outros procurarem a sua felicidade. A política só em sentido deturpado se pode confundir com agitação estéril, referver de ódios, estadear de ambições pessoais ou de grupos para a conquista e usufruição de altos lugares. Nada do que afirmo se opõe evidentemente — vê-se que não se tem oposto — à livre discussão dos problemas. Mas quer dizer que a consciência pública se há-de sobretudo formar na reflexão de argumentos sólidos, sobre o conhecimento do factos certos e bem interpretados, à luz de posições desinteressadas: não na excitação das paixões e na adulteração da verdade.

Distracção Enganadora

Sobre o termo Distracção. Há muito que fazia considerações deste género a propósito do termo «distracção»: usa-se para exprimir prazeres, entretimentos. O termo vem de distrahere: desligar de, arrancar a. O vulgo, quando diz que se distrai, não sabe que utiliza uma expressão de sentido negativo, que traduz a primeira operação a fazer para obter um prazer qualqer: extirpar-se do estádio de tédio ou de sofrimento em que nos encontramos. Assim, «vou-me» distrair quer dizer: vou tirar do meu cérebro a ideia do mal presente, vou esquecer, se puder, a minha dor de maneira a, ainda por cima, ir gozar. Todos os homens precisam de se distrair e gostariam de se sentir assim continuamente.
(…)

A Sensura

A nossa sociedade autoriza tudo o que não a incomoda. Se isto já não é plenamente verdade nos nossos dias, e se estamos em crise, é porque o interesse imediato dos que estão no poder se encontra em contradição com os valores que fundamentam este mesmo poder. É-lhes necessário, por exemplo, incentivar o consumo que os enriquece, em detrimento da moral que os legitima. Pela primeira vez, o poder fundamenta-se na confusão e não na ordem. Daí a mentira generalizada, de que a língua sofre.

A permissividade actual autoriza que se diga tudo porque este tudo já não significa nada. A palavra torna-se inofensiva por privação de sentido. A escrita sofre a mesma privação nas suas formas normalizadas: publicidade, jornalismo, best-sellers, que passam por escrita quando não o são.
O objectivo da antiga censura consistia em tornar o adversário inofensivo, privando-o dos seus meios de expressão; a nova – que denominei sensura – esvazia a expressão para a tornar inofensiva, método mais radical e menos visível.

Progresso Aparente

O homem progride em todos os sentidos. Domina a matéria, é incontestável, mas ainda não se sabe dominar a si mesmo. Sim, façam-se caminhos de ferro e telégrafos, atravessem-se num abrir e fechar de olhos terras e mares, mas dirijam-se também as paixões como se conduzem os aeróstatos: abulam-se sobretudo as paixões malignas que, apesar das máximas liberais e fraternas da nossa época, ainda não perderam o seu domínio detestável sobre os nossos corações. É nisso que reside o verdadeiro progresso, e até a verdadeira felicidade! Mas, pelo contrário, até parece que os nossos instintos de cobiça e de gozo egoísta foram infindamente ainda mais excitados por todas estas inovações materiais.
O desejo de uma felicidade impossível, que seria obtida independentemente na satisfação que nos vem da paz da alma, é indissociável já de qualquer nova descoberta e parece fazer retroceder no tempo a quimera desse paraíso dos sentidos.

A Fronteira entre a Juventude e a Velhice

Creio que se pode traçar uma fronteira muito precisa entre a juventude e a velhice. A juventude acaba quando termina o egoísmo, a velhice começa com a vida para os outros. Ou seja: os jovens têm muito prazer e muita dor com as suas vidas, porque eles a vivem só para eles. Por isso todos os desejos e quedas são importantes, todas as alegrias e dores são vividas plenamente, e alguns, quando não vêem os seus desejos cumpridos, desperdiçam toda uma vida. Isso é a juventude. Mas para a maior parte das pessoas vem o tempo em que tudo se modifica, em que vivem mais para os outros, não por virtude, mas porque é assim. A maior parte constitui família. Pensa-se menos em nós próprios e nos nossos desejos quando se tem filhos. Outros perdem o egoísmo num escritório, na política, na arte ou na ciência. A juventude quer brincar, os adultos trabalhar.
Não há quem se case para ter filhos, mas quando chegam, modificamo-nos, e acabamos por perceber que tudo aconteceu por eles. Da mesma forma, a juventude gosta de falar na morte, mas nunca pensa nela; com os velhos acontece o contrário. Os jovens acreditam ser eternos e centram todos os desejos e pensamentos sobre si próprios.

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A Ira

O que se irrita justificadamente nas situações em que se deve irritar ou com as pessoas com as quais se deve irritar, e ainda da maneira como deve ser, quando deve ser e durante o tempo em que deve ser, é geralmente louvado. Quem assim for é gentil, se é que a gentileza é uma disposição louvada. Porque o gentil quer permanecer imperturbável e não quer ser levado pela emoção, e apenas o sentido orientador lhe poderá prescrever as situações em que deve irritar-se e durante quanto tempo. Ou seja, o gentil parece pecar mais por defeito, porque não é do tipo vingativo mas mais do género que perdoa.
O defeito, seja uma certa fleuma seja o que for, é repreendido. Os que não se irritam quando têm motivo parecem parvos, o mesmo quando não se irritam de modo correcto, nem quando devem, nem com aqueles que devem. Parece até que não sentem a injúria ou não sofrem com ela. Mas se não se irritarem não conseguem defender-se, e aguentar um insulto ou tolerar os insultos feitos a terceiros é uma característica de subserviência.
Há excessos a respeito de todos os elementos circunstanciais envolvidos num acesso de ira (seja por se dirigir contra as pessoas indevidas,

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Um Homem e uma Mulher entre Quatro Paredes

Assim que um homem e uma mulher de quase qualquer idade estão juntos sozinhos, dentro de quatro paredes, assume-se que então qualquer coisa pode acontecer. Combustão espontânea, fornicação imediata, triunfo dos sentidos. Que possibilidades os homens e as mulheres têm que ver um no outro para inferir tais perigos. Ou, acreditando nos perigos, com que frequência eles precisam de pensar sobre as possibilidades.

Não Tenho Rancores nem Ódios

Pertenço a uma geração que ainda está por vir, cuja alma não conhece já, realmente, a sinceridade e os sentimentos sociais. Por isso não compreendo como é que uma criatura fica desqualificada, nem como é que ela o sente. É oca de sentido, para mim, toda essa (…) das conveniências sociais. Não sinto o que é honra, vergonha, dignidade. São para mim, como para os do meu alto nível nervoso, palavras de uma língua estrangeira, como um som anónimo apenas.
Ao dizerem que me desqualificaram, eu não percebo senão que se fala de mim, mas o sentido da frase escapa-me. Assisto ao que me acontece, de longe, desprendidamente, sorrindo ligeiramente das coisas que acontecem na vida. Hoje, ainda ninguém sente isto; mas um dia virá quem o possa perceber.
Procurei sempre ser espectador da vida, sem me misturar nela. Assim, a isto que se passa comigo, eu assisto como um estranho; salvo que tiro dos pobres acontecimentos que me cercam a volúpia suave de (…).

Não tenho rancor nenhum a quem provocou isto. Eu não tenho rancores nem ódios. Esses sentimentos pertencem àqueles que têm uma opinião, ou uma profissão ou um objectivo na vida. Eu não tenho nada dessas coisas.

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A Procura da Sabedoria

Era uma vez uma pessoa que procurava a sabedoria. Tinham-lhe dito que para a atingir tinha sempre de aceitar e recusar ao mesmo tempo tudo o que lhe fosse oferecido, dito ou mostrado. Quando perguntava por onde era o melhor caminho e lhe diziam «é por ali» ela devia seguir imediatamente nesse sentido e depois no sentido contrário. Tendo assim percorrido todas as direcções indicadas e as não indicadas, sem mais caminhos a percorrer, sentou-se no chão e começou a chorar. Sem saber, tinha chegado.

Nunca Confiar Demais

Nenhum homem acredita piamente em nenhum outro homem. Pode-se acreditar piamente numa ideia, mas não num homem. No mais alto grau de confiança que ele pode despertar, haverá sempre o aroma da dúvida – uma sensação meio instintiva e meio lógica de que, no fim das contas, o vigarista deve ter um ás escondido na manga. Esta dúvida, como parece óbvio, é sempre mais do que justificada, porque ainda não nasceu o homem merecedor de confiança ilimitada – a sua traição, no máximo, espera apenas por uma tentação suficiente. O problema do mundo não é o de que os homens sejam muito suspeitos neste sentido, mas o de que tendem a ser confiantes demais – e de que ainda confiam demais em outros homens, mesmo depois de amargas experiências. Acredito que as mulheres sejam sabiamente menos sentimentais, tanto nisto como em outras coisas. Nenhuma mulher casada põe a mão no fogo por seu marido, nem age com se confiasse nele. A sua principal certeza assemelha-se à de um batedor de carteiras: a de que o guarda que o apanhou poderá ser subornado.

Não há Relação entre as Verdades e o Tempo

A relação das verdades com o tempo não é positiva, mas negativa, é um simples não ter que ver com o tempo em nenhum sentido, é ser por completo alheias a toda a qualificação temporal, é manter-se rigorosamente anacrónicas. Dizer, pois, que as verdades o são sempre não envolve, falando de modo rigoroso, menor impropriedade que se dissermos – para usar uma famoso exemplo trazido por Leibniz a outro propósito -, «justiça verde». O corpo ideal da justiça não oferece um encaixe nem um orifício onde possa enganchar-se o atributo «verdosidade», e todas as vezes em que pretendamos inseri-lo naquele, outras tantas o veremos resvalar sobre a justiça – como sobre uma área polida. A nossa vontade de unir estes dois conceitos fracassa, e, ao dizê-los juntos, permanecem obstinadamente separados, sem possível adesão nem conjugação. Não existe, pois, heterogeneidade maior que a que existe entre o modo de ser atemporal constituitivo das verdades e o modo de ser temporal do sujeito humano que as descobre e pensa, conhece ou ignora, rejeita ou esquece.
Se, não obstante, usamos essa maneira de dizer – «as verdades são-no sempre» -, é porque praticamente isto não leva a consequências erróneas: é um erro inocente e cómodo.

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Amizade Condicionada

A amizade é menos frequente entre pessoas azedas e entre os mais velhos, porque quanto pior for o feitio das pessoas, menor é o prazer que têm no convívio. Ora o bom feitio e o convívio social são marcas de amizade e motivos criadores de amizade. Por este motivo, os jovens depressa se tornam amigos, os velhos, não. É que não se podem tornar amigos daqueles na presença dos quais não sentem prazer; de modo semelhante se passa com os que estão sempre mal dispostos. Estes também podem ser benevolentes entre si porque desejam o bem ao outro e vão ao encontro das necessidades do outro. Contudo, não são completamente amigos uma vez que não passam juntos o dia nem sentem prazer na companhia um do outro, coisas que parecem ser marcas distintivas de amizade.
Agora, parece que não é possível ser-se amigo de muitas pessoas, pelo menos no sentido pleno da amizade, do mesmo modo que não é possível amar ao mesmo tempo muitas pessoas (tal parece que, na realidade, seria excessivo; e o amor costuma nascer naturalmente em relação a uma única pessoa), porque não é fácil de agradar de modo totalmente satisfatório a muitos ao mesmo tempo.

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Ode à Criança

A criança é criativa porque é crescimento e se cria a si própria. É como um rei, porque impõe ao mundo as suas ideias, os seus sentimentos e as suas fantasias. Ignora o mundo do acaso, pré-elaborado, e constrói o seu próprio mundo de ideais. Tem uma sexualidade própria. Os adultos cometem um pecado bárbaro ao destruir a criatividade da criança pelo roubo do seu mundo, sufocando-a com um saber artificial e morto, e orientando-a no sentido de finalidades que lhe são estranhas. A criança é sem finalidade, cria brincando e crescendo suavemente; se não for perturbada pela violência, não aceita nada que não possa verdadeiramente assimilar; todo o objecto em que toca vive, a criança é cosmos, mundo, vê as últimas coisas, o absoluto, ainda que não saiba dar-lhes expressão: mas mata-se a criança ensinando-a a ater-se a finalidades e agrilhoando-a a uma rotina vulgar a que, hipocritamente, se chama realidade.

Lidar com a Ansiedade

A ansiedade tanto pode ser uma sensação de vazio que antecede momentos de real perigo, como momentos imaginários, e são esses que nos interessam neste contexto do livro. A maior parte da ansiedade que sentes é devida a uma mente obstruída por problemas, incapaz de te obedecer e com uma capacidade tremenda de inventar cenários sombrios, criar situações desconfortáveis e de transformar a potencial calmaria da tua vida numa «estória» verdadeiramente soturna. Na verdade, tudo isto não passa de pura manipulação, caso contrário como é que seria possível faltar-te o ar, entrares em pânico ou sentires um aperto no peito relativamente a nada que ainda não aconteceu e que é impossível de prever? Só sentes tudo isto e muito mais porque nunca te esforçaste por disciplinar a mente e ela, como dominadora que é, exerce toda a sua criatividade no sentido de te aprisionar, retirando-te a autoestima e confiança. Viver refém da mente dá precisamente nisto, numa agonia sem fim onde o passado bloqueia, o presente inibe e o futuro assusta. É isto que queres? Calculo que não, mas o que é tens feito para mudar essa sensação de prisioneiro? A mente só deixa de mentir quando tu lhe ordenares a tua verdade e não existe verdade acerca do futuro,

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A Dependência é a Raiz de Todos os Males

O que deve um cão a um cão, um cavalo a um cavalo? Nada. Nenhum animal depende do seu semelhante. Tendo porém o homem recebido o raio da Divindade a que se chama razão, qual foi o resultado? Ser escravo em quase toda a terra. Se o mundo fosse o que parece dever ser, isto é, se em toda parte os homens encontrassem subsistência fácil e certa e clima apropriado à sua natureza, impossível teria sido a um homem servir-se de outro. Cobrisse-se o mundo de frutos salutares. Não fosse veículo de doenças e morte o ar que contribui para a existência humana. Prescindisse o homem de outra morada e de outro leito além do dos gansos e cabras monteses, não teriam os Gengis Cãs e Tamerlões vassalos senão os próprios filhos, os quais seriam bastante virtuosos para auxiliá-los na velhice.
No estado natural de que gozam os quadrúpedes, aves e répteis, tão feliz como eles seria o homem, e a dominação, quimera, absurdo em que ninguém pensaria: para quê servidores se não tivésseis necessidade de nenhum serviço? Ainda que passasse pelo espírito de algum indivíduo de bofes tirânicos e braços impacientes por submeter o seu vizinho menos forte que ele,

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