Textos sobre Energia de Oscar Wilde

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Textos de energia de Oscar Wilde. Leia este e outros textos de Oscar Wilde em Poetris.

O Medo De Nós Próprios

Acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse forma a cada sentimento, expessão a cada pensamento, realidade a cada sonho, acredito que o mundo beneficiaria de um novo impulso de energia tão intenso que esqueceríamos todas as doenças da época medieval e regressaríamos ao ideal helénico, possivelmente até a algo mais depurado e mais rico do que o ideal helénico. Mas o mais corajoso homem entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem sobrevive tragicamente na autonegação que nos corrompe a vida. Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a acção é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro. É também no cérebro, e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo.

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Refaz a Minha Vida Arruinada

Meu querido rapaz,

Recebi o teu telegrama há meia hora, e quero apenas enviar-te uma linha para dizer que sinto que a minha única esperança de novamente fazer arte maravilhosa está em encontrar-te e permanecer contigo. Antes não era assim, mas agora é diferente, e tu consegues verdadeiramente recriar em mim a energia e a sensação alegre de poder, das quais a arte depende.

Todos estão furiosos comigo por regressar a ti, mas eles não nos compreendem. Sinto que apenas contigo sou capaz de fazer algo, seja o que for. Refaz, por favor, a minha vida arruinada, e então a nossa amizade e o nosso amor terão, para o mundo, um significado diferente.

Que me dera que, quando nos encontrámos em Rouen, não nos tivéssemos despedido. Existem agora abismos de terra e espaço entre nós. Mas amamo-nos.

Boa noite, meu querido.