Ser Distinto
A elegância distinta (…) Ă© difĂcil de imitar, porque, no fundo, ela Ă© negativa e pressupõe uma prática longa e constante. Pois a pessoa nĂŁo deve, por exemplo, representar na sua atitude qualquer coisa que indique dignidade, já que dessa maneira se cai facilmente num carácter formal e orgulhoso; antes se deve, simplesmente, evitar o que Ă© indigno, o que Ă© vulgar; a pessoa nunca se deve esquecer, deve prestar sempre atenção a si e aos outros, nĂŁo perdoar nada a si prĂłpria, nĂŁo fazer aos outros nem de mais, nem de menos, nĂŁo parecer comovida com nada, nĂŁo se impressionar com nada, nunca se apressar demasiado, saber dominar-se em qualquer momento e, assim, manter um equilĂbrio exterior, por muito forte que seja interiormente o temporal.
O homem nobre pode, em certos momentos, desleixar-se; o homem distinto nunca. Este Ă© como um homem muito bem vestido: nĂŁo se enconstará em lado nenhum e toda a gente evitará roçar nele. Ele distingue-se dos outros e, todavia, nĂŁo deve ficar sozinho; pois, tal como em todas as artes e, portanto, tambĂ©m nesta, o mais difĂcil deve, finalmente, ser executado com facilidade: por isso, a pessoa distinta, apesar de todo o isolamento,
Textos sobre EquilĂbrio de Johann Wolfgang von Goethe
3 resultadosO Humor Ă© um Indicador do EquilĂbrio
O humor surge quando a razĂŁo nĂŁo está em perfeito equilĂbrio com as coisas e, das duas uma, ou luta por dominá-las sem o conseguir – caso em que se fala do «mau humor» -, ou se deixa dominar atĂ© certo ponto por elas, nĂŁo se importando, salvo honore, de entrar no jogo – caso em que estamos perante o chamado «bom humor». Um bom sĂmbolo para estas vicissitudes da razĂŁo seria um pai que condescende em brincar com os filhos e que acaba por ter mais prazer com a brincadeira do que aquele que lhes proporciona.
Limitado mas Completo
O indivĂduo mais limitado pode ser completo, se se move dentro das fronteiras das suas capacidades e das suas disposições pessoais. Pelo contrário, acontece que aquilo que noutros sĂŁo qualidades incomparáveis, podem ser obscurecidas, apagadas ou mesmo aniquiladas, se se desfaz aquele equilĂbrio imprescindĂvel. E este mal há-de tornar-se ainda mais evidente nos tempos modernos; pois quem será capaz de satisfazer as exigĂŞncias de um presente que nĂŁo pára de crescer e que aliás cresce cada vez mais depressa?