Destino, Acaso ou CoincidĂȘncia

Podemos muito bem, se for esse o nosso desejo, vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso. Que é como quem diz, sem raízes, exactamente da mesma maneira que a semente alada de certas plantas esvoaça ao sabor da brisa primaveril.
E, contudo, nĂŁo faltarĂĄ ao mesmo tempo quem negue a existĂȘncia daquilo a que se convencionou chamar o destino. O que estĂĄ feito, feito estĂĄ, o que tem se ser tem muita força e por aĂ­ fora. Por outras palavras, quer queiramos quer nĂŁo, a nossa existĂȘncia resume-se a uma sucessĂŁo de instantes passageiros aprisionados entre o «tudo» que ficou para trĂĄs e o «nada» que temos pela frente. Decididamente, neste mundo nĂŁo hĂĄ lugar para as coincidĂȘncias nem para as probabilidades.
Na verdade, porĂ©m, nĂŁo se pode dizer que entre esses dois pontos de vista exista uma grande diferença. O que se passa – como, de resto, em qualquer confronto de opiniĂ”es – Ă© o mesmo que sucede com certos pratos culinĂĄrios: sĂŁo conhecidos por nomes diferentes mas, na prĂĄtica, o resultado nĂŁo varia.