O Despotismo do Homem Vulgar
A histĂłria europĂ©ia parece, pela primeira vez, entregue Ă decisĂŁo do homem vulgar como tal. Ou dito em voz activa: o homem vulgar, antes dirigido, resolveu governar o mundo. Esta resolução de avançar para o primeiro plano social produziu-se nele, automaticamente, mal chegou a amadurecer o novo tipo de homem que ele representa. Se, atendendo aos defeitos da vida pĂşblica, estuda-se a estrutura psicolĂłgica deste novo tipo de homem-massa, encontra-se o seguinte: 1Âş, uma impressĂŁo nativa e radical de que a vida Ă© fácil, abastada, sem limitações trágicas; portanto, cada indivĂduo mĂ©dio encontra em si mesmo uma sensação de domĂnio e triunfo que, 2Âş, convida-o a afirmar-se a si mesmo tal qual Ă©, a considerar bom e completo o seu haver moral e intelectual. Este contentamento consigo mesmo leva-o a fechar-se em si mesmo para toda a instância exterior, a nĂŁo ouvir, a nĂŁo pĂ´r em tela de juĂzo as suas opiniões e a nĂŁo contar com os demais. A sua sensação Ăntima de domĂnio incita-o constantemente a exercer predomĂnio. Actuará, pois, como se somente ele e os seus congĂ©neres existissem no mundo; portanto, 3Âş, intervirá em tudo impondo a sua vulgar opiniĂŁo, sem considerações, contemplações, trâmites nem reservas; quer dizer,
Textos sobre Fácil de José Ortega y Gasset
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