Os Inimigos do Progresso
O progresso que se deseja hoje Ă© algo que dependerĂĄ mais da vontade individual do que dos prodĂgios impessoais dos mercados.
A miséria e a ignorùncia são dois travÔes ao desenvolvimento.
Hoje, nenhuma pobreza Ă© casual ou inevitĂĄvel, porque existem os meios que permitem garantir a total erradicação da indigĂȘncia. A que existe Ă© fruto de uma decisĂŁo maioritĂĄria de vontades individuais. Alguns julgam que serĂĄ consequĂȘncia da ação dos mercados que, ao selecionar e premiar os melhores, filtra e castiga os que tĂȘm menos capacidades de contribuir para o sucesso tal como o entendem alguns; outros preferem apontar como causa da pobreza a existĂȘncia de gente rica, logo, a solução passaria, para estes, por eliminar as camadas sociais mais abastadas. Entre tanta discussĂŁo nĂŁo fazem nada, e quase unanimemente condenam quem o faz.
A ignorĂąncia Ă© um mal. A liberdade supĂ”e o privilĂ©gio atĂ© de errar, mas sempre dentro de um quadro com todas as opçÔes. Quem nĂŁo sabe, nĂŁo pode escolher bem. SĂł hĂĄ liberdade com conhecimento. Mas hĂĄ muitos que julgam que sĂł serĂŁo livres enquanto nĂŁo o formos todos…Se em vez de nos sentarmos a divagar nos levantĂĄssemos e,
Textos sobre LĂłgica de JosĂ© LuĂs Nunes Martins
4 resultadosO Dom de Deixar Ir
Ă preciso aprender a viver. A qualidade da nossa existĂȘncia depende de um equilĂbrio fundamental na nossa relação com o mundo: apego e desapego. Nesta vida, a ponderação, a proporção e a subtileza sĂŁo sempre melhores que qualquer arrebatamento. Mas o essencial Ă© aprender que a existĂȘncia Ă© feita de dĂĄdivas e perdas.
Eis porque quem reza deve pedir e agradecer: tudo Ă©, na verdade, um dom. Tudo passa… importa pois prepararmo-nos para a perda, ainda que tantas vezes nĂŁo seja senĂŁo temporĂĄria… Alegrias e dores. SĂł hĂĄ felicidade num coração onde habita a sabedoria e paciĂȘncia dos tempos e dos momentos, a paz de quem sabe que sĂŁo muitos os porquĂȘs e para quĂȘs que ultrapassam a capacidade humana de compreender.
Na vida, tudo se recebe e tudo se perde.
Amar Ă© um apego natural mas tambĂ©m obriga a que deixemos o outro ser quem Ă©, abrindo mĂŁo e permitindo-lhe que parta, ou que fique, sem desejar outra coisa senĂŁo que seja radicalmente livre. Aprendendo que hĂĄ muito mais valor no ato de quem decide ficar do que naquele de quem sĂł estĂĄ por nĂŁo poder partir.Nada verdadeiramente nos pertence. O sublime do amor estĂĄ aĂ,
O Amor nĂŁo Acontece. Decide-se.
HĂĄ quem julgue que o amor Ă© alheio Ă vontade humana, algo superior que elege, embala e conduz⊠e que quase nada se pode fazer perante tamanha força. Isso Ă© uma mera paixĂŁo no seu sentido menos nobre. E, nesse caso, sim, o amor acontece… Ao contrĂĄrio, amar Ă© estar acima das paixĂ”es e dos apetites. Mesmo quando o amor nasce de uma espontaneidade, resulta de um claro discernimento.
O amor decorre de uma decisĂŁo. De um compromisso. ConstrĂłi-se de forma consciente. AtravĂ©s do heroĂsmo de alguĂ©m livre que decide ser o que poucos ousam. Escolhe para fim de si mesmo ser o meio para a felicidade daquele a quem ama. Sim, decide-se amar e, sim, decide-se a quem amar.
O amor autĂȘntico Ă© raro e extraordinĂĄrio, embora o seu nome sirva para quase tudo… a maior parte das vezes designa egoĂsmos entrelaçados, cada vez mais comuns. SĂŁo poucos os que se aventuram, os que arriscam tudo, os que se dispĂ”em a amar mesmo quando sabem que poucos sequer perceberĂŁo o que fazem, o seu porquĂȘ e o para quĂȘ.
O amor nĂŁo supĂ”e reciprocidade. Amar Ă© dar-se por completo e aceitar tudo… nĂŁo se contabilizam ganhos e perdas,
Para Além do Hoje
Cada vez mais se vive o momento. Fugimos do passado e temos medo do futuro, o que implica que somos forçados a viver um presente demasiado pequeno.
Os tempos de descanso devem ser ocasião de trabalho interior. Mas, vai sendo cada vez mais raro encontrar gente com memória, assim com também é raro encontrar pessoas com discernimento suficiente para se comprometerem em projetos a longo prazo.
Navega-se Ă vista… sem riscos, sem sucessos nem fracassos… sem sentido. Vamos dando as respostas mĂnimas ao mundo e aos outros, em vez de sermos protagonistas dos nossos sonhos e herĂłis apesar das nossas derrotas.
O passado e o futuro nĂŁo sĂŁo mentira. SĂŁo partes da verdade. Sou o que fui e o que serei. Uma identidade que vive no tempo, uma coerĂȘncia que se constrĂłi atravĂ©s diferentes espaços e tempos, amando o que hĂĄ de eterno em cada momento. Elevando o espĂrito acima da realidade concreta do mundo.Uma existĂȘncia autĂȘntica â uma vida com valor â constrĂłi-se com uma estrutura sĂłlida, equilibrada e aberta a horizontes mais longĂnquos em termos temporais. Um presente maior, com mais passado e mais futuro. Sermos quem somos, de olhos abertos.