Textos sobre Naturais de Eugène Delacroix

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Textos de naturais de Eugène Delacroix. Leia este e outros textos de Eugène Delacroix em Poetris.

A Sabedoria do Homem Comum

Os ignorantes e o homem comum não têm problemas. Para eles na Natureza tudo está como deve estar. Eles compreendem as coisas pela simples razão delas existirem. E, na realidade, não dão eles provas de mais razão do que todos os sonhadores, que chegam a duvidar do seu próprio pensamento? Morre um dos seus amigos, e como julgam saber o que é a morte à dor que sentem por o perderem não acrescentam a cruel ansiedade que resulta da impossibilidade de aceitar um acontecimento tão natural… Estava vivo, e agora encontra-se morto; falava-me, o seu espírito prestava atenção ao que eu lhe dizia, mas hoje já nada disso existe: resta apenas aquele túmulo – mas repousa ele nesse túmulo, tão frio como a própria sepultura? Erra a sua alma em redor desse monumento? Quando eu penso nele é a sua alma que vem assolar a minha memória? O hábito traz-nos de novo, contudo, ao nível do homem comum.
Quando o seu rasto se tiver apagado – não há dúvidas de que ele morreu! – então a coisa deixará de nos incomodar. Os sábios e os pensadores parecem portanto menos avançados que o homem comum, já que eles próprios não têm a certeza,

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A Mediocridade que Vulgariza o Talento

Não se tem ideia como abunda a mediocridade. (…) São pessoas como essas que travam sempre, em todos os lados, a máquina accionada pelos homens de talento. Os homens superiores são por natureza inovadores. Quando surgem deparam com o disparate e a mediocridade por todos os lados (ela que tudo domina e que se manifesta em tudo o que se faz). O seu impulso natural é assentar tudo de novo em terreno sólido e experimentar caminhos novos, para fugir a essa vulgaridade e parvoíce. Se por acaso eles triunfam e acabam por levar a melhor sobre a rotina, têm de ser ver a contas, por seu turno, com os incapazes – que fazem ponto de honra da cópia grosseira dos seus processos e estragam tudo o que lhes vem às mãos.
Depois deste primeiro movimento, que leva os inovadores a sairem das sendas já traçadas, segue-se quase sempre outro que os faz, no fim da sua carreira, conter o indiscreto entusiasmo que vai sempre demasiado longe e que, pelo exagero, arruina o que inventaram. Ao se darem conta do triste uso que é feito das inovações que eles lançaram no mundo, começam a elogiar aquilo que, afinal, graças a eles,

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