A Alma e o GĂ©nio

O que faz de um homem um homem de gĂ©nio – ou melhor o que eles fazem – nĂŁo sĂŁo as ideias novas mas essa ideia, que nunca os larga, que o que já foi dito nĂŁo o foi nunca suficientemente.
(…) O que tortura a minha alma Ă© a sua solidĂŁo. Quanto mais ela se dispersa pelos amigos e os prazeres comezinhos, mais esta me foge e se esconde na sua fortaleza. A novidade encontra-se no espĂ­rito que cria e nĂŁo na nautreza reproduzida.

Tu que sabes que o novo existe sempre, mostra-o aos outros – no que eles nunca souberam ver. Faz-lhes compreender que nunca tinham ouvido falar do rouxinol, do espectáculo do mar imenso ou de tudo aquilo que os seus grosseiros ĂłrgĂŁos sĂł se encontram em condições de desfrutar depois de se ter tido o trabalho de sentir por eles.
E não faças da língua um empecilho, porque se cuidares da tua alma ela arranjará forma de se dar a entender. Criará uma nova linguagem que valerá os hemistíquios deste ou a prosa daquele. O quê?, diz-me que se considera uma pessoa original e fica insensível à leitura de Byron ou de Dante?

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