O EspĂrito em Transe
O prazer profundo, inefável, que Ă© andar por estes campos desertos e varridos pela ventania, subir uma encosta difĂcil e olhar lá de cima a paisagem negra, escalvada, despir a camisa para sentir directamente na pele a agitação furiosa do ar, e depois compreender que nĂŁo se pode fazer mais nada, as ervas secas, rente ao chĂŁo, estremecem, as nuvens roçam por um instante os cumes dos montes e afastam-se em direcção ao mar, e o espĂrito entra numa espĂ©cie de transe, cresce, dilata-se, nĂŁo tarda que estale de felicidade.
Textos sobre Paisagem de José Saramago
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