Textos sobre Perigo de CĂ­cero

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Textos de perigo de CĂ­cero. Leia este e outros textos de CĂ­cero em Poetris.

A Busca da GlĂłria

Com que pensamento nas suas mentes suporĂ­amos que esta tropa de homens ilustres perdeu a vida pelo bem pĂşblico? Seria para que o seu nome ficasse restrito aos limites estreitos de sua vida? NinguĂ©m jamais se teria exposto Ă  morte pelo seu paĂ­s sem uma boa esperança de alcançar a imortalidade. TemĂ­stocles poderia ter levado uma vida tranquila (…) e eu poderia ter feito o mesmo. Mas acontece que, de algum modo, foi implantado na mente dos homens um pressentimento profundamente arraigado sobre as eras futuras, e tal sentimento torna-se mais forte e mais patente nos homens dotados de gĂ©nio e espĂ­rito mais elevado. Retire-se tal sentimento, e quem seria louco de passar a vida em constante perigo e labuta? AtĂ© aqui falei de estadistas, mas e os poetas? NĂŁo possuem eles algum desejo de fama apĂłs a morte? (…) Mas porquĂŞ parar nos poetas? Os artistas anseiam tornar-se famosos apĂłs a morte.

Uma Alma Grande e Corajosa

Um espĂ­rito corajoso e grande Ă© reconhecido principalmente devido a duas caracterĂ­sticas: uma consiste no desprezo pelas coisas exteriores, na convicção de que o homem, independentemente do que Ă© belo e conveniente, nĂŁo deve admirar, decidir ou escolher coisa alguma nem deixar-se abater por homem algum, por qualquer questĂŁo espiritual ou simplesmente pela má fortuna. A outra consiste no facto – especialmente quando o espĂ­rito Ă© disciplinado na maneira acima referida – de se dever realizar feitos, nĂŁo sĂł grandes e seguramente, bastante Ăşteis, mas ainda em grande nĂşmero, árduos e cheios de trabalhos e perigos, tanto para a vida como para as muitas coisas que Ă  vida interessam.
Todo o esplendor, toda a dimensão (devo acrescentar ainda a utilidade), pertencem à segunda destas duas características; porém, a causa e o princípio eficiente, que os tornam homens grandes, à primeira.
Naquela está, com efeito, aquilo que torna os espíritos excelentes e desdenhosos das coisas humanas. Na verdade, pode isto ser reconhecido por duas condições: em primeiro lugar, se estimares alguma coisa como sendo boa unicamente porque é honesta, em segundo lugar, se te encontrares livre de toda a perturbação de espírito. Consequentemente, o facto de se ter em pouca conta aquelas coisas humanas e de se desprezar,

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