Textos sobre Política de Natália Correia

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Textos de política de Natália Correia. Leia este e outros textos de Natália Correia em Poetris.

Estamos a Cair na Mediocridade Governativa

Estamos a cair na mediocridade porque estamos muito subservientes aos padrões de eficácia e da racionalidade europeia. Os tempos festivos da revolução passaram. Teriam naturalmente que passar, mas aplica-se a terapêutica da racionalização tecnocrática e isso mata o sonho. Devia haver outras vias. Vias apropriadas àquilo que somos. Não somos um País de grandes voos capitalistas. Se o quisermos ser caímos, inexoravelmente, nas garras do monopolismo. Portanto, devíamos cultivar as pequenas e médias empresas. Esta devia ser a lógica da economia portuguesa. Devia dar-se grande valor às pequenas e médias empresas e realmente deixarmo-nos de ambições que nos alcem aos grandes padrões europeus.

(…) Os (partidos polĂ­ticos tĂŞm) os mesmos defeitos e algumas qualidades em comum. Evidentemente que os partidos sĂŁo um defeito necessário, porque dividem, mas Ă© uma divisĂŁo necessária para agrupar, para reunir a ideia da democracia parlamentar que temos. Agora, o erro das pessoas Ă© adorná-los com mĂ©ritos extraordinários, porque isso faz-nos cair numa partidolatria, imprĂłpria de espĂ­ritos livres! NĂŁo penso que a nossa classe polĂ­tica seja pior do que a classe polĂ­tica de outros paĂ­ses. Ponhamos as coisas neste pĂ©: as minhas exigĂŞncias estĂ©ticas e Ă©ticas nĂŁo tornam muito fáceis as minhas relações com a classe polĂ­tica.

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A Mulher no Mundo da PolĂ­tica

Há quem pense, e talvez com certa razĂŁo, que a mulher deve entrar no mundo da polĂ­tica para, dentro desse universo, desenvolver as suas ideias e a sua acção. Mas eu penso que quando uma mulher entra nesse mundo, ela prĂłpria Ă© obrigada a submeter-se a padrões que ameaçam toda a sua natureza, a natureza da sua cultura. Ela Ă© levada a transigir, torna-se numa cĂłpia daquilo que já Ă© mau nos homens. Eu penso que a acção da mulher deve desenvolver–se fora da polĂ­tica do Poder. Uma acção polĂ­tica de contra-poder. Pela recusa.