Falar de si PrĂłprio
Como o perigo de desagradar provĂ©m principalmente da dificuldade em avaliar quais as coisas que se notam e quais as que nĂŁo sĂŁo notadas, pelo menos por prudĂȘncia nunca deveria a gente falar de si mesmo, pois esse Ă© um tema em que seguramente a nossa visĂŁo e a alheia nĂŁo coincidem nunca.
(…) Ao mau costume de falar de si mesmo e dos prĂłprios defeitos, cumpre acrescentar, como formando bloco com o mesmo, esse outro hĂĄbito de denunciar nos carĂĄcteres alheios defeitos anĂĄlogos aos nossos. E constantemente estamos a falar nos referidos defeitos, como se fora uma espĂ©cie de rodeio para falar de nĂłs mesmos, em que se juntam o prazer de confessar e o de absolvermo-nos.
Textos sobre PrudĂȘncia de Marcel Proust
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