Não quero faca, nem queijo. Quero a fome.
Passagens de Adélia Prado
69 resultadosMinha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô.
Se pudesse, hoje, varria, isso mesmo, varria as pessoas todas com vassoura, como se fossem ciscos.
Eu ponho o amor no pilão com cinza e grão de roxo e soco. Macero ele, faço dele cataplasma e ponho sobre a ferida.
O que a memória ama, fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.
Me consola, moço. Fala uma frase, feita com o meu nome, Para que ardam os crisântemos E eu tenha um feliz Natal!
Tudo que a memória amou já ficou eterno
Ama e nem sabe mais o que ama.
Era raiva não. Era marca de dor.
Com perdão da palavra, quero cair na vida.
Faça-se a dura vontade do que habita meu peito: Vem, Jonathan, traz flores pra minha mãe e um par de algemas pra mim.
Deus é mais belo que eu. E não é jovem. Isto sim, é consolo.
Dor não tem nada haver com amargura. Acho que tudo que acontece é feito pra gente aprender cada vez mais, é pra ensinar a gente a viver. Desdobrável. Cada dia mais rica de humanidade.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Então eu virei pra ela e falei assim: ah, nada, boba, também é assim, se der, bem, se não der, amém, toca pra frente.
Não tenho tempo algum, pois ser feliz me consome!
Preciso mentir um pouco para que o ritmo aconteça e eu própria entenda o discurso.
Louvado seja, porque eu quero morrer, mas tenho medo, e ainda espero pelo prometido.
Eu quero depois, quando viver de novo, a ressurreição e a vida escamoteando o tempo dividido, eu quero o tempo inteiro.
Estou no começo do meu desespero, e só vejo dois caminhos: ou viro doida, ou santa.