Da Desigualdade que Existe Entre os Homens
Plutarco diz nalgum lugar que nĂŁo observa entre um animal e outro distância tĂŁo grande como encontra entre um homem e outro. Está a falar do valor da alma e das faculdades interiores. Na verdade, observo tanta distância de Epaminondas, como o imagino, atĂ© alguĂ©m que conheço, quero dizer capaz de senso comum, que de bom grado eu iria alĂ©m de Plutarco e diria que há mais distância entre tal e tal homem do que há entre tal homem e tal animal: Ah! Entre um homem e outro homem, quanta distância! (TerĂŞncio), e que há tantos graus de espĂritos quantas braças há daqui ao cĂ©u, e igualmente inumeráveis.
Mas, a propĂłsito da avaliação dos homens, Ă© espantoso que, excepto nĂłs, todas as coisas sejam avaliadas tĂŁo-somente pelas suas prĂłprias qualidades. Elogiamos um cavalo porque Ă© vigoroso e ágil, e nĂŁo pelos arreios; um galgo pela sua velocidade, nĂŁo pela coleira; um pássaro pela envergadura e nĂŁo pelas suas correias e sinetas. Por que da mesma forma nĂŁo avaliamos um homem pelo que Ă© propriamente seu? Ele tem um alto nĂvel de vida, um belo palácio, tanto de crĂ©dito, tanto de renda: tudo isto está ao redor dele e nĂŁo nele.
Passagens sobre Ancas
22 resultadosO Amor em Visita
Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lĂşbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.Cantar? Longamente cantar.
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave
o atravessar trespassada por um grito marĂtimo
e o pĂŁo for invadido pelas ondas –
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes.
Ele – imagem vertiginosa e alta de um certo pensamento
de alegria e de impudor.
Seu corpo arderá para mim
sobre um lençol mordido por flores com água.Em cada mulher existe uma morte silenciosa.
E enquanto o dorso imagina, sob os dedos,
os bordões da melodia,
a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,
desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.
– Oh cabra no vento e na urze,