MĂŁe
mĂŁe
terminou o tempo
de sorrir
desculpa-me a morte
das plantastatuei a tua antiga
imagem loura
em todos os pulsos
que anjos inclinam de existiresperdi-me noite na planĂcie
branca
sobrevivente das madrugadas
da memĂłriatrocaram-me os dias
e as ruas de ancas
verticais
e nas minhas mĂŁos incompletas
trouxe-te um naufrágio
de flores cansadas
e o Ăşnico jardim de amor
que cultivei de navios ancorados ao espaço
Passagens sobre Ancas
22 resultadosDa Desigualdade que Existe Entre os Homens
Plutarco diz nalgum lugar que nĂŁo observa entre um animal e outro distância tĂŁo grande como encontra entre um homem e outro. Está a falar do valor da alma e das faculdades interiores. Na verdade, observo tanta distância de Epaminondas, como o imagino, atĂ© alguĂ©m que conheço, quero dizer capaz de senso comum, que de bom grado eu iria alĂ©m de Plutarco e diria que há mais distância entre tal e tal homem do que há entre tal homem e tal animal: Ah! Entre um homem e outro homem, quanta distância! (TerĂŞncio), e que há tantos graus de espĂritos quantas braças há daqui ao cĂ©u, e igualmente inumeráveis.
Mas, a propĂłsito da avaliação dos homens, Ă© espantoso que, excepto nĂłs, todas as coisas sejam avaliadas tĂŁo-somente pelas suas prĂłprias qualidades. Elogiamos um cavalo porque Ă© vigoroso e ágil, e nĂŁo pelos arreios; um galgo pela sua velocidade, nĂŁo pela coleira; um pássaro pela envergadura e nĂŁo pelas suas correias e sinetas. Por que da mesma forma nĂŁo avaliamos um homem pelo que Ă© propriamente seu? Ele tem um alto nĂvel de vida, um belo palácio, tanto de crĂ©dito, tanto de renda: tudo isto está ao redor dele e nĂŁo nele.