A televisão, com seus intervalos comerciais, é escola de paciência.
Passagens de Carlos Drummond de Andrade
1088 resultadosAté os poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às moda e compromissos.
Há uma época na vida, infância ou velhice, em que a felicidade está na caixa de bombons.
O servidor público deve sentir-se desgostoso ao se dar conta de que serve também a ineptos e a parasitas.
A estátua faz o herói.
O tédio e a virtude vivem mais unidos do que esta desejaria.
A soma de opiniões não chega a ser uma opinião.
O ensino jamais fez um gênio, mas faz especialistas.
Restaurante só mata a fome de quem pode pagar a comida.
Só o velho saberia contar o que é a velhice, se ele soubesse.
A nádega tem uma linguagem diferente da do resto do corpo.
Julgando-se a si mesmo, o suicida torna desnecessário o Juízo Final.
Para garantia de qualidade, seria melhor que o escritor só estreasse com o segundo livro.
Vou ao circo para me sentir em casa com o mundo.
O criminoso pode alegar que foi o segundo eu o autor do crime.
O orador vive à espera da catástrofe para transformá-la em motivo de oratória.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita
É fácil falar em nome do povo; ele não tem voz.
Porque calando nem sempre quer dizer que concordamos com o que ouvimos ou lemos, mas estamos dando a outrem a chance de pensar, refletir, saber o que falou ou escreveu.
A natureza recusa os casamentos duradouros, exigidos pelo costume.