Nunca se é tão feliz nem tão infeliz como se imagina.
Passagens de François de La Rochefoucauld
553 resultadosNão deveríamos ser ciumentos nem quando houvesse motivo para o ser. Somente quem evita provocar ciúme é digno de o merecer.
O ciúme é o maior de todos os males e é aquele que inspira menos piedade às pessoas.
Há uma certa espécie de amor cujo excesso impede o ciúme.
Nos ciúmes existe mais amor-próprio do que verdadeiro amor.
O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele.
As relações mais felizes são as baseadas na incompreensão mútua.
Não temos a coragem de admitir em público que não temos defeitos e que os nossos inimigos não têm qualidades; porém, intimamente, não andamos longe de acreditar nisso.
É impossível amar uma segunda vez o que deixámos verdadeiramente de amar.
O maior defeito da perspicácia não é tanto não atingir o alvo como de ultrapassá-lo.
A mente é sempre enganada pelo coração.
O Amor e a Vida
O amor é uma imagem da nossa vida. Tanto o primeiro como a segunda estão sujeitos às mesmas revoluções e mudanças. A sua juventude é resplandecente, alegre e cheia de esperanças porque somos felizes por ser jovens tal como somos felizes por amar. Este agradabilíssimo estado leva-nos a procurar outros bens muito sólidos. Não nos contentamos nessa fase da vida com o facto de susbsistirmos, queremos progredir, ocupamo-nos com os meios para nos aperfeiçoarmos e para assegurar a nossa boa sorte. Procuramos a protecção dos ministros, mostrando-nos solícitos e não aguentamos que outrem queira o mesmo que temos em vista. Este estímulo cumula-nos de mil trabalhos e esforços que logo se apagam quando alcançamos o desejado. Todas as nossas paixões ficam então satisfeitas e nem por sombras podemos imaginar que a nossa felicidade tenha fim.
No entanto, esta felicidade raramente dura muito e fatiga-se da graça da novidade. Para possuirmos o que desejámos não paramos de desejar mais e mais. Habituamo-nos ao que temos, mas os mesmos haveres não conservam o seu preço, como nem sempre nos tocam do mesmo modo. Mudamos imperceptivelmente sem disso nos apercebermos. O que já adquirimos torna-se parte de nós mesmos e sofreríamos muito com a sua perda,
Perdoa-se na medida em que se ama.
A vivacidade que aumenta com a idade não anda longe da loucura.
Na velhice do amor, como na da idade, vive-se ainda para os males, mas já não para os prazeres.
Um verdadeiro amigo é o maior de todos os bens e aquele que menos sonhamos adquirir.
As amizades reatadas requerem maiores cuidados do que aquelas que nunca fora rompidas.
Na amizade como no amor, somos muitas vezes mais felizes por aquilo que ignoramos do que por aquilo que sabemos.
Bem se engana quem julga encontrar em si o bastante para dispensar os outros; e ainda mais quem pensar que os outros não podem passar sem ele.
Ser jovem e não ser bonita é realmente tão pouco consolador como ser bonita e não ser jovem.