Nenhum homem é bastante sagaz para conhecer todo o mal que pratica.
Passagens de François de La Rochefoucauld
553 resultadosOs grandes nomes, em vez de elevar, rebaixam aqueles que os não sabem usar.
As amizades renovadas exigem mais cuidados do que aquelas que nunca foram interrompidas.
A vontade de parecer hábil impede muitas vezes de vir a sê-lo.
Os homens não poderiam viver muito tempo em sociedade se não se deixassem enganar uns pelos outros.
Há duas espécies de constância em amor: uma, porque encontramos sem cessar na pessoa amada novos motivos para amá-la; a outra, porque fazemos ponto de honra em ser constantes.
Não há disfarce que possa esconder por muito tempo o amor quando este existe, nem simulá-lo quando este não existe.
O orgulho tem as suas bizarrias, como as outras paixões: temos vergonha de admitir que sentimos ciúme, mas honramo-nos de o ter sentido e de ser capazes de o vir a ter.
A lisonja é uma moeda falsa que só tem curso por vaidade nossa.
As honras alcançadas servem de caução das que pretendemos alcançar.
As pessoas definem-se melhor pelas mais insignificantes infidelidades que cometem em relação a nós, que pelas grandes que cometem em relação aos outros.
O mal que fazemos não atrai contra nós tanta perseguição e tanto ódio como as nossas boas qualidades.
Ficaríamos envergonhados das nossas melhores acções se o mundo soubesse os motivos que estão por trás delas.
Qualquer que seja a tendência do mundo para julgar mal, ele perdoa mais frequentemente o falso mérito do que faz justiça ao verdadeiro.
A imaginação nunca saberia inventar tão diversas contrariedades como as que há naturalmente no coração de cada um.
O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo.
A Confiança é o Elo entre a Sociedade e a Amizade
Ainda que a sinceridade e a confiança estejam relacionadas, são, no entanto, diferentes: a sinceridade consiste em abrir o coração e em mostrarmo-nos tal como somos por amor da verdade. Odeia o disfarce e quer reparar as suas faltas, mesmo que para isso seja preciso diminui-las pelo valor da confissão. Quanto à confiança, esta não nos concede o mesmo grau de liberdade, as suas regras são mais rigorosas, requer mais prudência e moderação. Ora, nem sempre estamos livres para obedecer a estes requisitos. Não somos só nós, no que a ela diz respeito, que estamos envolvidos, porque os nossos interesses misturam-se quase sempre com os dos outros. Requer uma enorme justeza para não levar os nossos amigos a entregarem-se, pelo facto de nós nos termos entregado, como para lhes oferecer um presente, com a única intenção de aumentar o preço do que nós damos.
Fica-se sempre satisfeito com o facto de os outros depositarem confiança em nós porque é um tributo que oferecemos ao nosso mérito, é um depósito que fazemos à nossa confiança, são, enfim, fianças que lhes dão algum direito sobre nós, isto é, aceitamos uma certa dependência à qual nos sujeitamos voluntariamente. Não, não é minha intenção destruir com as minhas palavras a confiança,
Só os grandes homens podem ter grandes defeitos.
O ciúme é o maior de todos os males e é aquele que inspira menos piedade ás pessoas.
Há pessoas tão cheias de si, que quando estão apaixonadas, acham maneira de se ocupar da sua paixão sem fazerem caso da pessoa a quem amam.