Pois olhe declarou de repente uma velha fechando o jornal com decisĂŁo pois olhe, eu sĂł lhe digo uma coisa: Deus sabe o que faz.
Frases sobre Deus de Clarice Lispector
34 resultadosUm dia uma folha me bateu nos cĂlios. Achei Deus de uma grande delicadeza.
Ă a ira de Deus. E se essa escuridĂŁo se transformar em chuva, que volte o dilĂșvio, mas sem a arca, nĂłs que nĂŁo soubemos fazer um mundo onde viver e nĂŁo sabemos na nossa paralisia como viver.
Pergunto a Deus: por que os outros? e Ele me responde: por que vocĂȘ? Ă s nossas perguntas Deus responde com pergunta maior e assim nos alargamos em espasmos para uma criança em nĂłs nascer.
A ideia da existĂȘncia de um Deus consciente nos torna horrivelmente insatisfeitos.
Porque enquanto eu amar a um Deus sĂł porque nĂŁo me quero, serei um dado marcado e o jogo de minha vida maior nĂŁo se farĂĄ. Enquanto eu inventar um Deus, Ele nĂŁo existe.
Sim, meu Deus. Que se possa dizer sim.
Meu Deus, como o amor impede a morte!
Eu peço a Deus tudo o que eu quero e preciso. à o que me cabe. Ser ou não ser atendida ? isso não me cabe a mim.
Que Deus me ajude a conseguir o impossĂvel, sĂł o impossĂvel me importa.
Oh, Deus, eu que faço concorrĂȘncia a mim mesma. Me detesto. Felizmente os outros gostam de mim. Ă uma tranquilidade. Um sopro de vida.
Com Deus a gente tambĂ©m pode abrir caminho pela violĂȘncia. Ele mesmo quando precisa mais especialmente de um de nĂłs, Ele nos escolhe e nos violenta.
Deus vinde a mim e nĂŁo tenho alegria e minha vida Ă© escura como a noite sem estrelas e Deus, por que nĂŁo existes dentro de mim? Por que me fizeste separada de ti?
Um dia, quando eu tiver mais vontade e se vocĂȘ ainda quiser, eu lhe falarei de como me mexo dentro de Deus.
Deus lhe deu inĂșmeros pequenos dons que ele nĂŁo usou nem desenvolveu por receio de ser um homem completo e sem pudor.
Oh Deus, como estou sendo feliz. O que estraga a felicidade Ă© o medo.
A realidade Ă© mais inatingĂvel que Deus â porque nĂŁo se pode rezar para a realidade.
Meu deus, sĂł agora me lembrei que a gente morre. mas – mas eu tambĂ©m?! nĂŁo esquecer que por enquanto Ă© tempo de morangos. sim.
De novo estou de amor alegre. O que Ă©s eu respiro depressa sorvendo o teu halo de maravilha antes que se finde no evaporado do ar. Minha fresca vontade de viver-me e de viver-te Ă© a tessitura mesma da vida? A natureza dos seres e das coisas â Ă© Deus? Talvez entĂŁo se eu pedir muito Ă natureza, eu paro de morrer? Posso violentar a morte e abrir-lhe uma fresta para a vida?
Quanto a mim, tenho a lhes dizer que as estrelas sĂŁo mais do que curumins. Estrelas sĂŁo os olhos de Deus vigiando para que corra tudo bem. Para sempre. E, como se sabe, “sempre” nĂŁo acaba nunca.