Frases Exclamativas de Florbela Espanca

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Eu não sou de ninguém!… Quem me quiser há-de ser luz do Sol em tardes quentes… Há-de ser Outro e outro num momento! Força viva, brutal, em movimento, astro arrastando catadupas de astros!

Queria tanto saber porque sou Eu! Quem me enjeitou neste caminho escuro? Queria tanto saber porque seguro nas minhas mãos o bem que não é meu!

Tenho que aprender o que ainda não sei: a ser humilde e modesta. Perdoe sempre o meu ridículo orgulho de pobre soberba; mas o orgulho tem sido a minha suprema defesa, tem sido o meu amparo e a minha força. Devo-lhe tantos e tão bons serviços!

Amor, é comunhão de almas
No mesmo sagrado altar;
Contigo, amor da minha alma,
Quem me dera comungar!

Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente dirá, fechando o livro docemente: – Versos só nossos, só de nós os dois!…

Dizem-me que te não queira
Que tens, nos olhos, traição.
Ai, ensinem-me a maneira
De dar leis ao coração!

Um ente de paixão e sacrifício,
De sofrimentos cheio, eis a mulher!
Esmaga o coração dentro do peito,
E nem te doas coração, sequer!

Meu coração é ruína
Caindo todo a pedaços,
Oh, dai-lhe a hera piedosa
Bendita desses teus braços!

Quando um peito amargurado
Adora seja quem for,
Por muito infame que seja
Bendito seja esse amor!

É uma resposta aos que chamam ao suicídio um fim de cobardes e de fracos, quando são unicamente os fortes que se matam! Sabem lá esses pseudo-fortes o que é preciso de coragem para friamente, simplesmente, dizer um adeus à vida, à vida que é um instinto de todos nós, à vida tão amada e desejada a despeito de tudo, embora esta vida seja apenas um pântano infecto e imundo!

Tanta coisa bonita que me tem dito e como eu gosto que os amigos – mas só os amigos… – me digam coisas assim bonitas!

Desde que o meu bem partiu
Parecem outras as cousas;
Até as pedras da rua
Têm aspecto de lousas!

Quando por acaso as piso,
Perturba-me um tal mistério!…
Como se pisasse à noite
As pedras dum cemitério…

Não sei se tens reparado
Quando passeia, o luar
Pára sempre à tua porta
E encosta-se a chorar;

E eu que passo também
Na minha mágoa a cismar
Paro junto dele, e ficamos
Abraçados a chorar!

Escreve-me! Ainda que seja só Uma palavra, uma palavra apenas, Suave como o teu nome e casta Como um perfume casto d’açucenas!

Os meus males ninguém mos adivinha… A minha Dor não fala, anda sozinha… Dissesse ela o que sente! Ai quem me dera!… Os males de Anto toda a gente sabe! Os meus… ninguém… A minha Dor não cabe nos cem milhões de versos que eu fizera!…

Quem me dera um coração
Que por mim bata somente.
Dai-me essa esmola, Senhor,
Para que eu morra contente!