Frases de Florbela Espanca

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Frases de Florbela Espanca. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

Eu sei que me tens amor,
Bem o leio no teu olhar,
O amor quando é sentido
Não se pode disfarçar.

Os olhos são indiscretos,
Revelam tudo que sentem,
Podem mentir os teus lábios,
Os olhos, esses, não mentem.

Ter dentro da alma a luz de todo o mundo
E não ver nada neste mar sem fundo,
Poetas meus Irmãos, que triste sorte!…

Eu quero viver contigo
Muito juntinhos os dois
O tempo que dura um beijo,
Embora eu morra depois.

Eu não sou de ninguém!… Quem me quiser há-de ser luz do Sol em tardes quentes… Há-de ser Outro e outro num momento! Força viva, brutal, em movimento, astro arrastando catadupas de astros!

Queria tanto saber porque sou Eu! Quem me enjeitou neste caminho escuro? Queria tanto saber porque seguro nas minhas mãos o bem que não é meu!

Tenho que aprender o que ainda não sei: a ser humilde e modesta. Perdoe sempre o meu ridículo orgulho de pobre soberba; mas o orgulho tem sido a minha suprema defesa, tem sido o meu amparo e a minha força. Devo-lhe tantos e tão bons serviços!

Amor, é comunhão de almas
No mesmo sagrado altar;
Contigo, amor da minha alma,
Quem me dera comungar!

Há almas privilegiadas e únicas que nada têm a ver com a lógica absurda das leis humanas. As turbas inconscientes e boçais lançam, à face de certos entes, anátemas que o céu, se o há, não deve perdoar. À gargalhada insultante deste mundo responde a infinita serenidade do que fica para Além e que os olhos míopes não vêem.

Estou cansada, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros. Diz-me, porque não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível? E é isto que me traz sempre desvairada, incompatível com a vida que toda a gente vive…

Está tudo quanto olho
Na escuridão mais intensa,
Faltou de teus olhos lindos
A luz profunda e imensa…

No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões…

Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente dirá, fechando o livro docemente: – Versos só nossos, só de nós os dois!…

Dizem-me que te não queira
Que tens, nos olhos, traição.
Ai, ensinem-me a maneira
De dar leis ao coração!

O fado não é da terra,
O fado criou-o Deus,
O fado é andar doidinha
Perdida pelos olhos teus.

Um ente de paixão e sacrifício,
De sofrimentos cheio, eis a mulher!
Esmaga o coração dentro do peito,
E nem te doas coração, sequer!