Não posso aceitar Jeová, nem a humanidade. Cristo e o progresso são para mim mitos do mesmo mundo. Não creio na Virgem Maria nem na electricidade.
Frases de Fernando Pessoa
1092 resultadosA sublimidade de desperdiçar uma vida que podia ser útil, de nunca executar uma obra que por força seria bela, de abandonar a meio caminho a estrada certa da vitória!
Não confessar nunca o que intimamente se passa convosco. Quem confessa é um débil.
O santo chora, e é humano. Deus está calado. Por isso podemos amar o santo, mas não podemos amar a Deus.
E nós não nos perguntávamos para que era aquilo, porque gozávamos o saber que aquilo não era para nada.
Todos os caminhos vão dar ao mesmo lugar.
O que penso eu do mundo? Sei lá o que penso do mundo! Se eu adoecesse pensaria nisso.
O único modo de estarmos de acordo com a vida é estarmos em desacordo com nós próprios.
A política é um erro de vaidade daqueles que nascem para cocheiros.
O verdadeiro sábio é aquele que assim se dispõe que os acontecimentos exteriores o alterem minimamente. Para isso precisa couraçar-se cercando-se de realidades mais próximas de si do que os factos, e através das quais os factos, alterados para de acordo com elas, lhe chegam.
Não podendo ter a maravilhosa e natural saúde de não ter opinião nem sonhos, esforcemo-nos ao menos por adquirir a artificial saúde da renúncia.
É notável que toda a obra de fôlego, pelo qual um indivíduo se institui mestre na sua categoria, é, ao mesmo tempo, obra de emoção e de pensamento, contém tanto uma forma de arte como uma fórmula de filosofia.
Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.
Sou uma espécie de carta de jogar, de naipe antigo e incógnito, restando única do baralho perdido. Não tenho sentido, não sei do meu valor, não tenho a quem me compare para que me encontre, não tenho a que sirva para que me conheça.
Tudo é absurdo.
Ter opiniões é não sentir.
Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida.
E seja o nosso desprezo para os que trabalham e lutam e o nosso ódio para os que esperam e confiam.
O que é doença é desejar com igual intensidade o que é preciso e o que é desejável, e sofrer por não ser perfeito como se se sofresse por não ter pão. O mal romântico é este: é querer a lua como se houvesse maneira de a obter.
Um tédio que inclui a antecipação só de mais tédio; a pena, já, de amanhã ter pena de ter tido pena hoje.