Frases Interrogativas de Fernando Pessoa

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Que fiz de mim? Encontrei-me Quando estava já perdido, Impaciente deixei-me Como a um louco que teime No que lhe foi desmentido

Que sonhos?… Eu não sei se sonhei… Que naus partiram, para onde? Tive essa impressão sem nexo porque no quadro fronteiro Naus partem – naus não, barcos, mas as naus estão em mim.

G. Junqueiro? Tenho uma grande indiferença pela obra dele. Já o vi… Nunca pude admirar um poeta que me foi possível ver.

Quando é que eu serei da tua cor, Do teu plácido e azul encanto, Ó claro dia exterior, Ó céu mais útil que o meu pranto?

O que desloca a vulgar saudação – “como está?” – de ser uma indesculpável grosseria é o ser ela em geral absolutamente oca e insincera.

Eu mesmo, que sufoco onde estou e porque estou, onde respiraria melhor, se a doença é dos meus pulmões e não das coisas que me cercam?

Com uma tal falta de literatura, como há hoje, que pode um homem de génio fazer senão converter-se, ele só, em uma literatura?

Para quê olhar para os crepúsculos se tenho em mim milhares de crepúsculos diversos – alguns dos quais que o não são – e se, além de os olhar dentro de mim, eu próprio os sou, por dentro?

Porque é bela a arte? Porque é inútil. Porque é feia a vida? Porque é toda fins e propósitos e intenções.

Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?

Sentado aqui, a escrever à minha mesa, com as minhas canetas e lápis, etc., de repente me sobrevêm o mistério do universo e páro, tremo, temo, desejo neste momento deixar de sentir, esconder-me, bater com a cabeça na parede. Feliz aquele que pode pensar em profundidade, mas sentir assim tão em profundidade é uma maldição. Como poderei descrevê-lo? Horror sobre horror…