No fundo, era tudo tĂŁo maquinal e coreografado, tudo tĂŁo simples e ingĂ©nuo, que já nĂŁo podia ofender ninguĂ©m, aquele primeiro acto da nossa farsa anual. Mas a verdade Ă© que por detrás da comĂ©dia se ocultavam mágoas antigas, demasiado antigas – e que, nessas mágoas, todos Ă©ramos, ao mesmo tempo, vĂ­timas e algozes. Cada famĂ­lia seu manicĂ´mio, dizia o povo, e talvez atĂ© o dissesse bem.