Frases de Mia Couto

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Frases de Mia Couto. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

Que o amor é como o mar: sendo infinito espera ainda em outra água se completar.

A solução para o desfavorecido não é pedir favores. É lutar mais do que os outros. E lutar sobretudo por um mundo onde não seja preciso mais favores.

Existe no nada essa ilusão de plenitude que faz parar a vida e anoitecer as vozes.

O que mais dói na miséria é a ignorância que ela tem de si mesma. Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sonho, desarmando-se do desejo de serem outros. Existe no nada essa ilusão de plenitude que faz parar a vida e anoitecer as vozes.

Talvez seja a espessura desse céu que faz os cacimbeiros sonharem tanto. Sonhar é um modo de mentir à vida, uma vingança contra um destino que é sempre tardio e pouco.

Não vê os rios que nunca enchem o mar? A vida de cada um também é assim: está sempre toda por viver.

Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.

Queixamo-nos de que as pessoas não lêem livros. Mas o deficit de leitura é muito mais geral. Não sabemos ler o mundo, não lemos os outros.

A viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores.

O verdadeiro desespero é ficar no apeadeiro da sua actual condição. O desespero é saber que esse destino a que chamamos de futuro é comandado por entidades que deixaram de olhar para nós como seres humanos. E que um fosso progressivamente maior separa os que andam nos chapas dos que circulam em luxuosas viaturas.

Como escritor, a Nação que me interessa é a alma humana. (…) Cada pessoa é uma nação.

Um exército de ovelhas liderado por um leão é capaz de derrotar um exército de leões liderado por uma ovelha.

Rirmos juntos é melhor do que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso.

Qual é a responsabilidade do escritor para com a democracia e com os direitos humanos? É toda. Porque o compromisso maior do escritor é com a verdade e com a liberdade. Para combater pela verdade o escritor usa uma inverdade: a literatura. Mas é uma mentira que não mente.