Acredito na reencarnação. Não admito finais, apenas mudança, recomeços e renascimentos.
Passagens de Gustavo Santos
219 resultadosÉ a mudança que nos faz alcançar novos mundos, é a descoberta que nos devolve o sentir.
Podem até existir caminhos onde a solidão seja uma via viável, mas não há veredas como aquelas em que as mãos são dadas, os afetos sentidos e o calor humano multiplicado.
É inacreditável como a vida nos mostra sempre, e das mais variadas maneiras, que nunca sabemos se estamos preparados para tudo.
O estar desperto permite-nos passar para além da cortina que os olhos alcançam, extrapolar crenças limitadoras e mergulhar no vago em que tudo é, tudo existe, tudo verdadeiramente acontece.
É incrível o que uma casa de banho pode fazer por uma pessoa. Algumas das minhas melhores ideias e algumas das minhas mais importantes descobertas foram mesmo vividas dentro de uma.
O peso das palavras não ditas é mais pesado e doloroso que a própria cruz.
A Coragem do Sonhador
Sempre que nos assumimos como “sonhadores”, ficamos mais perto de tornar qualquer sonho em realidade e de inspirar quem quer que seja com essa nossa conquista, como tal, é de louvar quem carrega esta palavra na boca e o seu significado no peito. Sonhar está ao alcance de todos, é um facto, mas poucos o fazem pois poucos são aqueles que o assumem como uma extensão de si mesmos. Quantas pessoas afirmam que têm um sonho? Poucas, muito poucas, e muitas dessas poucas nem chegam a fazer nada para concretizá-lo, ou seja, sobrevivem uma vida inteira sem sonhar, agarrados à miséria a que a preguiça os obriga. Admiro, particularmente, quem se assume como um sonhador, quem admite que o sonho é uma realidade na sua vida, quem se permite levantar os pés do chão e enveredar por caminhos desconhecidos. Nenhum sonho se encontra no fim de um caminho feito por muita gente; o caminho para o teu sonho está cândido, à espera das tuas primeiras pegadas, por isso uma coisa te garanto, quanto mais verbalizares esta palavra, mais a tua mente se desmente e se entrega, mais o corpo acredita, mais forma ele ganha e mais sentido encontrarás nesta experiência.
Quem sabe interpretar a natureza reconhece-lhe todo o poder de cura que tem.
Ninguém pode fazer por alguém o que essa pessoa não faz por si.
É quando estamos equilibrados que o mundo nos parece mesmo redondo, sem bicos nem escamas, e que as pessoas nos parecem mesmo humanas onde o erro e a imperfeição fazem parte de um todo tão natural como a superação e a bondade.
A responsabilidade dá-nos sentido à vida.
Ainda que verdadeira para nós, uma simples frase mal medida aliada à crueldade de uma expressão facial sem qualquer espécie de piedade, pode causar danos irreversíveis numa pessoa que já se encontra fragilizada pela sua realidade atual.
Este é um dos mais valiosos passos do meu caminho: acreditar que nada morre, mesmo que desapareça da vista, e que nada se aparta do coração se nos mantivermos ligados à essência.
A Raiz do Vício
Um vício, apesar de ser uma terrível dependência e um péssimo hábito, é um escape maravilhoso e uma profunda ilusão acerca do «sentir bem». Quando não tens nada para fazer ou não sabes como te acalmar fumas uns cigarros ou coisas do género, entopes-te de comida, bebes uns copos e assim andas sempre ocupado e falsamente tranquilo, pois após o efeito seja do que for voltas ao mesmo estado em que te encontravas. Perdão, não me fiz entender bem: fumas sem vontade de fumar, comes sem vontade de comer e bebes sem vontade de beber. Isto é ser viciado, é pura poluição, sobretudo quando não existe um desejo natural de fazê-lo. Esclarecido? Ótimo. Já percebeste o teu desafio? Não, não é deixares de ser um viciado, isso não é um problema porque tens consciência que o és, logo, podes mudar quando entenderes apaixonar-te por ti, o problema é outro e, se queres saber, bem mais sério. Consegues descobri-lo? Era excelente se o dissesses antes de me leres: significaria que também já estarias consciente disso e, nesse sentido, deixaria de ser mais um problema na tua vida. Os problemas são, única e exclusivamente, fruto da inconsciência, pois quando se tem consciência do que se passa já não é um problema,
Se queres expandir o que sentes, se queres partilhar com os outros e com o mundo as ideias que tens, e se queres inspirar quem te rodeia, fá-lo de forma afirmativa, mas nunca, nunca mesmo, atinjas seja quem for para chegares onde queres chegar ou para justificar onde nunca chegaste.
Ninguém está apto a dar um passo em frente se nas suas veias não correr uma força maior, mais capaz e indiferente ao mundo exterior. A força interior, mais poderosa e infalível que qualquer outra base de querer, é a energia capaz de nos tornar competentes em tudo o que mais desejamos.
A confiança só pode ser resgatada ao medo através da experiência, do risco associado à saída da zona de conforto e da paixão!
Agrada-te a Ti
Nunca conseguirás agradar a todos, mas podes sempre agradar-te a ti.
Querer agradar a toda a gente é o primeiro passo para o desrespeito e o caminho mais rápido para a perdição.
É, aliás, tão perigoso e letal que chega a ofuscar toda a luz que nos alimenta e dizimar todo e qualquer sentido de vida com o qual tenhamos nascido. Quem escolhe essa via nunca passará de um pássaro de asas partidas, frágil e desesperado, que a qualquer momento pode ser pisado, caçado, esmagado ou morto por qualquer um. E o que não falta aí é gente que precisa cilindrar, torturar e macerar alguém para sentir algum bem-estar na sua vida.
Não te podes permitir isso.
Não podes querer ser o par de sapatos de toda a gente.
Tens de ser as tuas pernas, o teu próprio coração e a orientação da tua cabeça.
De que te adianta agradar a todos se isso pode ser desagradável para ti?
As pessoas só vão gostar todas de ti depois de morreres ou se escolheres ficar calado para sempre, o que, e na minha opinião, é apenas outra forma de estar morto,
Só Dependes de Ti para Ser Feliz
Só dependes de ti para ser feliz.
A felicidade encontra-se dentro de ti. Este é o teu princípio. O fim será aquele que tu quiseres.
Aprendi isto enquanto escrevia o meu primeiro livro, “Carta Branca”. Um relato muito pessoal acerca da minha primeira grande viagem interior em busca dessa específica descoberta. Iniciei-o numa fase muito conturbada da minha vida, em que a relação comigo era praticamente inexistente e quando existia não passava de agressões a mim mesmo, baseadas, naturalmente, em muito daquilo que ouvira, aprendera e modelara na minha infância e adolescência. Como costumo dizer, tinha muita dificuldade em estar ao meu lado. Não me conhecia, apenas sabia o que representava para os outros. Não sabia o que queria, apenas sabia o que os outros queriam de mim. E não sabia para onde queria ir, apenas para onde todos queriam que eu fosse. Naturalmente que esta ausência total de conhecimento não podia germinar coisa boa. E assim era. Eu era revolta, angústia, insegurança, permissividade e medo. E lembro-me, lembro-me perfeitamente, quando disse a mim mesmo que se a minha vida não passasse disto não valeria a pena estar vivo. Recordo-me da dor que vivia comigo. Mas recordo-me também que foi ela que me incentivou a escrever.