Nunca tive outra idade senão a do coração.
Passagens de Ninon de Lenclos
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A beleza sem graça é um anzol sem isco.
Quando as mulheres ultrapassam os trinta anos, a primeira coisa que lhes esquece é a idade; quando chegam aos quarenta perdem de todo a recordação.
Impõe-se ter mais espírito para inspirar amor do que para comandar um exército.
O amor é um sentimento tirânico e zeloso, que somente se satisfaz quando a pessoa amada lhe sacrifica todos os seus gostos e todas as suas paixões. Nada se faz, se não se faz tudo.
As paixões não morrem, queimam-se.
No amor, a economia dos sentimentos e dos prazeres é a única metafísica apreciável.
Os juramentos são a moeda falsa com que se paga os sacrifícios amorosos.
O amor é a comédia na qual os actos são mais curtos e os intervalos mais compridos. Como, portanto, ocupar o tempo dos intervalos senão com a fantasia?
Nunca os homens são mais ternos do que quando se lhes perdoa uma infidelidade.
O amor sem desejo é uma ilusão, não existe na natureza.
As mulheres não gostam do ciúme do homem que não amam, porém lhes desagrada bastante que o homem amado não demonstre algum ciúme.
O amor morre mais de indigestão que de fome.
Só um homem inexperiente faz uma declaração formal. Uma mulher convence-se de que é amada muito melhor pelo que adivinha do que pelo que se lhe diz.
Há menos maneiras de fazer amor do que aquelas que se diz, mas ainda há muitas mais do que aquilo que se pode imaginar.
O amor apenas é forte devido à nossa fraqueza.
Uma mulher esquece-se de um homem que deixou de amar os próprios favores que ele recebeu dela.
No amor, a ingratidão dos homens é quase sempre a recompensa das nossas concessões.
A formosura sem graça é um anzol sem isco.
Se eu tivesse criado o género humano, teria colocado nos calcanhares as rugas das mulheres.