Os homens distinguem-se por aquilo que mostram e assemelham-se por aquilo que escondem.
Passagens de Paul Valéry
181 resultadosA tática arruína a estratégia; a batalha que se ganhara harmoniosamente no papel perde-se em pequenas coisas no terreno.
Os Povos Felizes não têm História
‘Os povos felizes não têm história’. De onde se infere que a supressão da história tornaria os povos mais felizes. O menor olhar sobre os acontecimentos deste mundo reencontra essa mesma conclusão. O esquecimento é o benefício que a história quer corromper. Nada, na história, serve para ensinar aos homens a possibilidade de viverem em paz. É o ensino oposto que dela se destaca – e se faz acreditar.
Em todas as coisas inúteis tem de se ser genial ou então não se meter nelas.
A política baseia-se na indiferença da maioria dos interessados, sem a qual não há política possível.
Quem se apressa é porque compreendeu: não devemos demorar as coisas; surpreender-nos-ia que os mais claros discursos fossem feitos de termos obscuros.
O que há de melhor numa coisa nova é aquilo que satisfaz um desejo antigo.
O amor é sermos estúpidos juntos.
Os otimistas escrevem mal.
Toda pessoa espera por um milagre – de sua mente, de seu corpo, de outras pessoas ou, simplesmente, dos acontecimentos.
Dizem-nos por vezes – é um facto – inclinai-vos perante os factos. Ou seja, «acreditai». Acreditai porque aqui o homem não interveio.
Há uma espécie de reciprocidade entre a necessidade e o objecto que a satisfará. Não penso em beber; mas este copo ao meu alcance dá-me sede. Tenho sede e imagino o copo de água delicioso.
O problema dos nossos tempos é que o futuro já não é o que era.
Agradar a si mesmo é orgulho; aos demais, vaidade.
Os maus pensamentos vêm do coração.
Toda a Sociedade é uma Espécie de Sonho Colectivo
A sociedade só vive de ilusões. Toda a sociedade é uma espécie de sonho colectivo. Essas ilusões tornam-se ilusões perigosas quando começam a parar de iludir. O despertar desse tipo de sonho é um pesadelo.
O talento sem genialidade é pouca coisa. A genialidade sem talento não é nada.
Não Há Verdadeiro Sentido de um Texto
Não há verdadeiro sentido de um texto. Não há autoridade do autor. Quisesse dizer o que quisesse, escreveu o que escreveu. Uma vez publicado, um texto é como um aparelho de que cada um se pode servir à sua maneira e segundo os seus meios: não é certo que o construtor o use melhor do que outro qualquer.
Todos os homens sabem uma quantidade prodigiosa de coisas que ignoram saber. Sabermos tudo quanto sabemos? Essa simples investigação esgota a filosofia.
Convicção – Palavra que permite pôr, com a consciência tranquila, o tom da força ao serviço da incerteza.