Poemas sobre Amor de Ant贸nio Os贸rio

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Poemas de amor de Ant贸nio Os贸rio. Leia este e outros poemas de Ant贸nio Os贸rio em Poetris.

A Meus Filhos

A meus filhos
desejo a curva do horizonte.

E todavia deles tudo em mim desejo:
o felino gosto de ver,
o brilho chuvoso da pele,
as m茫os que desvendam e amam.

Marga,
meu fermento,
neles caminho e me procuro,
a corpo igual regresso:

ao r谩pido besouro das l谩grimas,
ao calor da boca dos c茫es,
脿 sua l铆ngua de faca afectuosa;

脿 seta que disparam os ibiscos,
脿 partida solene da cama de grades,
ao encontro, na praia, com as algas;

脿 alegria de dormir com um gato,
de ver sair das vacas o leite fumegante,
脿 chegada do amor aos quatro anos.

Amar

Amar n茫o deve ser desfortuna.
O cio transfunde
a lagartixa e o homem
na cria莽茫o tenaz.
E o buxo, o p贸len
e as primeiras folhas
da vinha virgem. Amor
n茫o tem quaresma,
nela impetuoso regressa e copula.

Um Sentido

Porque h谩 um sentido
no l铆rio, incensar-se;
e no choupo, erguer-se;
e na urze arborescente,
ampliar-se;
e no cobre, primeira cura,
que dou 脿 vinha,
procriar-se.

E outro, pressago,
sentido h谩 na mem贸ria,
explodir-se. E outro, imensur谩vel,
no amor, entregar-se.
E outro, definitivo,
na morte, render-se.

Nascente

Quando sinto de noite
o teu calor dormente
e devagar
para que n茫o despertes
digo: cedro azul,
terra vegetal,
ou s贸
amor, amor;
quando te acaricio
e devagar
para que n茫o despertes
tomo na m茫o direita
as duas fontes, iguais, da vida,
procuro a nascente
e adorme莽o
nela essa m茫o depositando.