As Ventoinhas
A mulher Ă© um catavento,
Vai ao vento,
Vai ao vento que soprar;
Como vai também ao vento
Turbulento,
Turbulento e incerto o mar.Sopra o sul: a ventoinha
Volta azinha,
Volta azinha para o sul;
Vem taful; a cabecinha
Volta azinha,
Volta azinha ao meu taful.Quem lhe puser confiança,
De esperança,
De esperança mal estå;
Nem desta sorte a esperança
Confiança,
Confiança nos darå.Valera o mesmo na areia
Rija ameia,
Rija ameia construir;
Chega o mar a vai a ameia
Com a areia,
Com a areia confundir.Ouço dizer de umas fadas
Que abraçadas,
Que abraçadas como irmãs
Caçam almas descuidadas…
Ah que fadas!
Ah que fadas tĂŁo vilĂŁs!Pois, como essas das baladas,
Umas fadas,
Umas fadas dentre nĂłs,
Caçam, como nas baladas;
E sĂŁo fadas,
E sĂŁo fadas de alma e voz.Ă que â como o catavento,
VĂŁo ao vento,
VĂŁo ao vento que lhes der;
Cedem trĂȘs coisas ao vento:
Catavento,
Poemas sobre Areia de Machado de Assis
2 resultadosĂltima Folha
Musa, desce do alto da montanha
Onde aspiraste o aroma da poesia,
E deixa ao eco dos sagrados ermos
A Ășltima harmonia.Dos teus cabelos de ouro, que beijavam
Na amena tarde as viraçÔes perdidas,
Deixa cair ao chĂŁo as alvas rosas
E as alvas margaridas.VĂȘs? NĂŁo Ă© noite, nĂŁo, este ar sombrio
Que nos esconde o céu. Inda no poente
NĂŁo quebra os raios pĂĄlidos e frios
O sol resplandecente.VĂȘs? LĂĄ ao fundo o vale ĂĄrido e seco
Abre-se, como um leito mortuĂĄrio;
Espera-te o silĂȘncio da planĂcie,
Como um frio sudĂĄrio.Desce. VirĂĄ um dia em que mais bela,
Mais alegre, mais cheia de harmonias,
Voltes a procurar a voz cadente
Dos teus primeiros dias.EntĂŁo coroarĂĄs a ingĂȘnua fronte
Das flores da manhĂŁ, â e ao monte agreste,
Como a noiva fantĂĄstica dos ermos,
IrĂĄs, musa celeste!EntĂŁo, nas horas solenes
Em que o mĂstico himeneu
Une em abraço divino
Verde a terra, azul o céu;Quando, jå finda a tormenta
Que a natureza enlutou,