Poemas sobre CĂ©u de Pedro Homem de Melo

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Poemas de céu de Pedro Homem de Melo. Leia este e outros poemas de Pedro Homem de Melo em Poetris.

Amizade

Ser-se amigo Ă© ser-se pai
( — Ou mais do que pai talvez…)
É pôr-se a boca onde cai
A nĂłdoa que nos desfez.

É dar sem receber nada,
Consciente da prisĂŁo,
Onde os nossos passos vĂŁo
Em linha por nĂłs traçada…

É saber que nos consome
A sede, e sentirmos bem
O Céu, por na Terra, alguém
Rir, cantar e nĂŁo ter fome.

É aceitar a mentira
E achá-la formosa e humana
SĂł porque a gente respira
O ar de quem nos engana.

Os Amigos Infelizes

Andamos nus, apenas revestidos
Da mĂşsica inocente dos sentidos.

Como nuvens ou pássaros passamos
Entre o arvoredo, sem tocar nos ramos.

No entanto, em nĂłs, o canto Ă© quase mudo.
Nada pedimos. Recusamos tudo.

Nunca para vingar as prĂłprias dores
Tiramos sangue ao mundo ou vida Ă s flores.

E a noite chega! Ao longe, morre o dia…
A Pátria Ă© o CĂ©u. E o CĂ©u, a Poesia…

E há mãos que vêm poisar em nossos ombros
E somos o silĂŞncio dos escombros.

Ă“ meus irmĂŁos! em todos os paĂ­ses,
Rezai pelos amigos infelizes!