Poemas Exclamativos de Manuel Ant贸nio Pina

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Aos Filhos

J谩 nada nos pertence,
nem a nossa mis茅ria.
O que vos deixaremos
a v贸s o roubaremos.

Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa pr贸pria morte!
Agora como morreremos?

Estes s茫o tempos de
que n茫o ficar谩 mem贸ria,
alguma gl贸ria ter铆amos
f么ssemos ao menos infames.

Compr谩mos e n茫o pag谩mos,
falt谩mos a encontros:
nem sequer quando err谩mos
fizemos grande coisa!

N茫o o Sonho

Talvez sejas a breve
recorda莽茫o de um sonho
de que algu茅m (talvez tu) acordou
(n茫o o sonho, mas a recorda莽茫o dele),
um sonho parado de que restam
apenas imagens desfeitas, pressentimentos.
Tamb茅m eu n茫o me lembro,
tamb茅m eu estou preso nos meus sentidos
sem poder sair. Se pudesses ouvir,
aqui dentro, o barulho que fazem os meus sentidos,
animais acossados e perdidos
tacteando! Os meus sentidos expulsaram-me de mim,
desamarraram-me de mim e agora
s贸 me lembro pelo lado de fora.