As Balas

Dá o Outono as uvas e o vinho
Dos olivais o azeite nos Ă© dado
Dá a cama e a mesa o verde pinho
As balas dĂŁo o sangue derramado

Dá a chuva o Inverno criador
As sementes da sulcos o arado
No lar a lenha em chama dá calor
As balas dĂŁo o sangue derramado

Dá a Primavera o campo colorido
GlĂłria e coroa do mundo renovado
Aos corações dá amor renascido
As balas dĂŁo o sangue derramado

Dá o Sol as searas pelo Verão
O fermento ao trigo amassado
No esbraseado forno dá o pão
As balas dĂŁo o sangue derramado

Dá cada dia ao homem novo alento
De conquistar o bem que lhe Ă© negado
Dá a conquista um puro sentimento
As balas dĂŁo o sangue derramado

Do meditar, concluir, ir e fazer
Dá sobre o mundo o homem atirado
Ă€ paz de um mundo novo de viver
As balas dĂŁo o sangue derramado

Dá a certeza o querer e o concluir
O que tanto nos nega o Ăłdio armado
Que a vida construir Ă© destruir
Balas que o sangue derramado

Que as balas sĂł dĂŁo sangue derramado
SĂł roubo e fome e sangue derramado
SĂł ruĂ­na e peste e sangue derramado
SĂł crime e morte e sangue derramado.

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