Sonetos de Ant贸nio Dinis da Cruz e Silva

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Sonetos de Ant贸nio Dinis da Cruz e Silva. Conhe莽a este e outros autores famosos em Poetris.

Vem, oh Noite Sombria

Vem, oh noite sombria, e revolvendo
O longo a莽oite, que 脿 carreira acende
As fuscas 脡guas, sobre a terra estende
De sombras carregado o manto horrendo:

Vem: e as brancas papoilas espremendo,
Em let谩rgico sono os mortais prende;
Que a minha bela Aglaia hoje me atende,
A meu amor mil gl贸rias prometendo.

Se 脿s minhas vozes d谩s benigno ouvido,
Encobrindo com teu escuro manto
Os suaves del铆rios de amor cego;

Imolar-te prometo agradecido
Um negro galo, que em cont铆nuo canto
Se atreve a perturbar o teu sossego.

Corre, J谩 entre Serras Escarpadas

Corre, j谩 entre serras escarpadas,
J谩 sobre largos campos, murmurando.
o Tiet茅, e, as 谩guas engrossando,
soberbo alaga as margens levantadas.

Penedos, pontes, 谩rvores copada:
quanto topa, de c贸lera escumando,
com fragor espantoso vai rolando
nos v贸rtices das ondas empoladas.

Mas quando mais caudal, mais orgulhoso,
as margens rompe, cai precipitado,
atroando ao redor toda a campina.

O pr贸prio retrato 茅 dum poderoso,
pois quanto mais sublime 茅 seu estado
mais estrondosa 茅 a sua ru铆na.