Se Ausente da Alma Estou, que me Dá Vida?

Se apartada do corpo a doce vida,
Domina em seu lugar a dura morte,
De que nasce tardar-me tanto a morte
Se ausente da alma estou, que me dá vida?

Não quero sem Silvano já ter vida,
Pois tudo sem Silvano Ă© viva morte,
Já que se foi Silvano, venha a morte,
Perca-se por Silvano a minha vida.

Ah! suspirado ausente, se esta morte
NĂŁo te obriga querer vir dar-me vida,
Como nĂŁo ma vem dar a mesma morte?

Mas se na alma consiste a prĂłpria vida,
Bem sei que se me tarda tanto a morte,
Que Ă© porque sinta a morte de tal vida.