Sonetos sobre Morte de Violante do CĂ©u

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Sonetos de morte de Violante do CĂ©u. Leia este e outros sonetos de Violante do CĂ©u em Poetris.

Se Ausente da Alma Estou, que me Dá Vida?

Se apartada do corpo a doce vida,
Domina em seu lugar a dura morte,
De que nasce tardar-me tanto a morte
Se ausente da alma estou, que me dá vida?

Não quero sem Silvano já ter vida,
Pois tudo sem Silvano Ă© viva morte,
Já que se foi Silvano, venha a morte,
Perca-se por Silvano a minha vida.

Ah! suspirado ausente, se esta morte
NĂŁo te obriga querer vir dar-me vida,
Como nĂŁo ma vem dar a mesma morte?

Mas se na alma consiste a prĂłpria vida,
Bem sei que se me tarda tanto a morte,
Que Ă© porque sinta a morte de tal vida.

Tirano Deus Cupido

Que suspensĂŁo, que enleio, que cuidado
É este meu, tirano deus Cupido?
Pois tirando-me enfim todo o sentido
Me deixa o sentimento duplicado.

Absorta no rigor de um duro fado,
Tanto de meus sentidos me divido,
Que tenho sĂł de vida o bem sentido
E tenho já de morte o mal logrado.

Enlevo-me no dano que me ofende,
Suspendo-me na causa de meu pranto
Mas meu mal (ai de mim!) nĂŁo se suspende.

Ă“ cesse, cesse, amor, tĂŁo raro encanto
Que para quem de ti nĂŁo se defende
Basta menos rigor, nĂŁo rigor tanto.