Palavras
As palavras do amor expiram como os versos,
Com que adoço a amargura e embalo o pensamento:
Vagos clarÔes, vapor de perfumes dispersos,
Vidas que nĂŁo tĂȘm vida, existĂȘncias que invento;Esplendor cedo morto, Ăąnsia breve, universos
De pĂł, que o sopro espalha ao torvelim do vento,
Raios de sol, no oceano entre as ĂĄguas imersos
-As palavras da fĂ© vivem num sĂł momento…Mas as palavras mĂĄs, as do Ăłdio e do despeito,
O “nĂŁo!” que desengana, o “nunca!” que alucina,
E as do aleive, em baldÔes, e as da mofa, em risadas,Abrasam-nos o ouvido e entram-nos pelo peito:
Ficam no coração, numa inércia assassina,
ImĂłveis e imortais, como pedras geladas.
Sonetos sobre ExistĂȘncia de Olavo Bilac
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