LVI

Tu, ninfa, quando eu menos penetrado
Das violĂŞncias de Amor vivia isento,
Propondo-te entĂŁo bela a meu tormento,
Foste doce ocasiĂŁo de meu cuidado.

Roubaste o meu sossego, um doce agrado,
Um gesto lindo, um brando acolhimento
Foram somente o Ăşnico instrumento,
Com que deixaste o triunfo assegurado.

Já não espero ter felicidade,
Salvo se for aquela, que confio,
Por amar-te, apesar dessa impiedade.

Em prĂŞmio dos suspiros, que te envio,
Ou modera o rigor da crueldade,
Ou torna-me outra vez meu alvedrio.