Sonetos sobre M茫os de Ant贸nio Ferreira

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Sonetos de m茫os de Ant贸nio Ferreira. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Ferreira em Poetris.

Aquele Claro Sol

Aquele claro sol, que me mostrava
o caminho do c茅u mais ch茫o, mais certo,
e com seu novo raio, ao longe, e ao perto,
toda a sombra mortal m’afugentava,

deixou a pris茫o triste, em que c谩 estava.
Eu fiquei cego, e s贸, c’o passo incerto,
perdido peregrino no deserto
a que faltou a guia que o levava.

Assi c’o esprito triste, o ju铆zo escuro,
suas santas pisadas vou buscando
por vales, e por campos, e por montes.

Em toda parte a vejo, e a figuro.
Ela me toma a m茫o e vai guiando,
e meus olhos a seguem, feitos fontes.

1

Livro, se luz desejas, mal te enganas.
Quanto melhor ser谩 dentro em teu muro
Quieto, e humilde estar, inda que escuro,
Onde ningu茅m t’impece, a ningu茅m danas!

Sujeitas sempre ao tempo obras humanas
Coa novidade aprazem; logo em duro
脫dio e desprezo ficam: ama o seguro
Sil锚ncio, fuge o povo, e m茫os profanas.

Ah! n茫o te posso ter! deixa ir comprindo
Primeiro tua idade; quem te move
Te defenda do tempo, e de seus danos.

Dir谩s que a pesar meu fostes fugindo,
Reinando Sebasti茫o, Rei de quatro anos:
Ano cinquenta e sete: eu vinte e nove.