Menino e Mo莽o
Tombou da haste a flor da minha infancia alada,
Murchou na jarra de oiro o pudico jasmim:
Voou aos altos c茅us Sta Aguia, linda fada,
Que d’antes estendia as azas sobre mim.Julguei que fosse eterna a luz d’essa alvorada,
E que era sempre dia, e nunca tinha fim
Essa viz茫o de luar que vivia encantada,
N’um castello de prata embutido a marfim!Mas, hoje, as aguias de oiro, aguias da minha infancia,
Que me enchiam de lua o cora莽茫o, outrora,
Partiram e no c茅u evolam-se, a distancia!Debalde clamo e choro, erguendo aos c茅us meus ais:
Voltam na aza do vento os ais que a alma chora;
Ellas, por茅m, Senhor! ellas n茫o voltam mais…
Sonetos sobre Sempre de Ant贸nio Nobre
3 resultadosEnterro de Ophelia
Morreu, Vae a dormir, vae a sonhar… Deixal-a!
(Fallae baixinho: agora mesmo se ficou…)
Como padres orando, os choupos formam ala,
Nas margens do ribeiro onde ella se afogou…Toda de branco vae, n’esse habito de opala,
Para um convento: n茫o o que o Hamlet lhe indicou,
Mas para um outro, horror! que tem por nome Valla,
D’onde jamais saiu quem, l谩, uma vez entrou!…O lindo Por-do-Sol, que era doido por ella,
Que a perseguia sempre, em palacio e na rua,
Vede-o, coitado! mal pode suster a vela…Como damas de honor, nymphas seguem-lhe os rastros,
E, assomando no c茅u, sua Madrinha, a Lua,
Por ella vae desfiando as suas contas, Astros!
Que Aborrecido!
Meus dias de rapaz, de adolescente,
Abrem a boca a bocejar, sombrios:
Deslizam vagarosos, como os Rios,
Sucedem-se uns aos outros, igualmente.Nunca desperto de manh茫, contente.
P谩lido sempre com os l谩bios frios,
Ora, desfiando os meus ros谩rios pios…
Fora melhor dormir, eternamente!Mas n茫o ter eu aspira莽玫es vivazes,
E n茫o ter como t锚m os mais rapazes,
Olhos boiados em sol, l谩bio vermelho!Quero viver, eu sinto-o, mas n茫o posso:
E n茫o sei, sendo assim enquanto mo莽o,
O que serei, ent茫o, depois de velho.