Sinfonias Do Ocaso
Musselinosas como brumas diurnas
Descem do acaso as sombras harmoniosas,
Sombras veladas e musselinosas
Para as profundas solidÔes noturnas.Sacrårios virgens, sacrossantas urnas,
Os céus resplendem de sidéreas rosas,
Da lua e das Estrelas majestosas
Iluminando a escuridĂŁo das furnas.Ah! por estes sinfĂŽnicos ocasos
A terra exala aromas de ĂĄureos vasos,
Incensos de turĂbulos divinos.Os plenilĂșnios mĂłrbidos vaporam…
E como que no Azul plangem e choram
CĂtaras, harpas, bandolins, violinos…
Sonetos sobre Sombra de Cruz e Souza
25 resultadosCruzada Nova
Vamos saber das almas os segredos,
Os cĂrculos patĂ©ticos da Vida,
Dar-lhes a luz do Amor compadecida
E defendĂȘ-las dos secretos medos.Vamos fazer dos ĂĄridos rochedos
Manar a ĂĄgua lustral e apetecida,
Pelos ansiosos coraçÔes bebida
No silĂȘncio e na sombra d’arvoredos.Essas irmĂŁs furtivas das estrelas,
Se nĂŁo formos depressa defendĂȘ-las,
MorrerĂŁo sem encanto e sem carinho.Paladinos da lĂmpida Cruzada!
Conquistemos, sem lança e sem espada,
As almas que encontrarmos no Caminho.
A Fonte De Ăguas Cristalinas Corre
A fonte de ĂĄguas cristalinas corre
Chamalotes de prata levantando,
E através de arvoredos murmurando,
Entre arvoredos murmurando morre…No ocaso, o sol, a luz no oceano escorre
E sempre vejo, as sombras afrontando,
Uma mulher que canta e ri, lavando,
Mesmo que o sol muito abrasado jorre.Ă verde o campo, deleitĂĄvel e ermo.
Påssaros cortam vastidÔes sem termo,
Borboletas azuis roçam nas åguas.E cantando, a mulher, a rir a face,
Lava cantando como se lavasse
As suas grandes e profundas mĂĄgoas.
Alma SolitĂĄria
Ă alma doce e triste e palpitante!
Que cĂtaras soluçam solitĂĄrias
Pelas RegiĂ”es longĂnquas, visionĂĄrias
Do teu Sonho secreto e fascinante!Quantas zonas de luz purificante,
Quantos silĂȘncios, quantas sombras vĂĄrias
De esferas imortais imaginĂĄrias
Falam contigo, Ăł Alma cativante!Que chama acende os teus farĂłis noturnos
E veste os teus mistériosa taciturnos
Dos esplendores do arco de aliança?Por que és assim, melancolicamente,
Como um arcanjo infante, adolescente,
Esquecido nos vales da Esperança?!
Horas De Sombra
Horas de sombra, de silĂȘncio amigo
Quando hĂĄ em tudo o encanto da humildade
E que o anjo branco e belo da saudade
Roga por nĂłs o seu perfil antigo.Horas que o coração nĂŁo vĂȘ perigo
De gozar, de sentir com liberdade…
Horas da asa imortal da Eternidade
Aberta sobre tumular jazigo.Horas da compaixĂŁo e da clemĂȘncia,
Dos segredos sagrados da existĂȘncia,
De sombras de perdão sempre benditas.Horas fecundas, de mistério casto,
Quando dos céus desce, profundo e vasto,
O repouso das almas infinitas.