Sonetos sobre Sono de William Shakespeare

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Sonetos de sono de William Shakespeare. Leia este e outros sonetos de William Shakespeare em Poetris.

Adeus! Caro de Mais te PossuĂ­a

Adeus! caro de mais te possuĂ­a,
sabes a estimativa em que te trazem;
carta de teu valor dĂĄ-te franquia,
meus vĂ­nculos a ti jĂĄ se desfazem.

Como reter-te sem consentimento
e onde mereço essa riqueza grada?
Falece a causa em mim de tal provento
e a patente que tenho Ă© revogada.

Deste-me, sem saber do teu valor,
ou quanto a mim, a quem o deste, errando,
e a dĂĄdiva que em base errada for

volta a casa, melhor se ponderando.
Tive-te assim qual sonho de embalar,
um rei no sono e nada ao acordar.

Meus Olhos VĂȘem Melhor se os Vou Fechando

Meus olhos vĂȘem melhor se os vou fechando.
Viram coisas de dia e foi em vĂŁo,
mas quando durmo, em sonhos te fitando,
sĂŁo escura luz que luz na escuridĂŁo.

Tu cuja sombra faz a sombra clara,
como em forma de sombras assombravas
ledo o claro dia em luz mais rara,
se em sombra a olhos sem visĂŁo brilhavas!

Que benção a meus olhos fora feita
vendo-te Ă  viva luz do dia bem,
se a tua sombra em trevas imperfeita

a olhos sem visĂŁo no sono vem!
Vejo os dias quais noites nĂŁo te vendo,
e as noites dias claros sonhos tendo.