Eu nĂŁo Sou de Ferro

Nize, eu nĂŁo sou de ferro, e atenuado,
Ainda que o fora, o uso me teria;
Porque enfim do trabalho na porfia
Se consome o metal mais obstinado.

Instrumento não hå tão reforçado,
Que resista do tempo Ă  bataria:
Gasta o martelo a safra, e a terra fria
Pouco a pouco consome o curvo arado.

Tudo assim Ă©: o amor o mais ardente,
No contĂ­nuo incĂȘndio se evapora;
E o mesmo me acontece ultimamente.

Outro procura pois; e te melhora
De amante, ou mais afouto, ou mais valente;
Que eu jĂĄ nĂŁo posso mais; fica-te embora.