Textos sobre Aspirações de Albert Einstein

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Textos de aspirações de Albert Einstein. Leia este e outros textos de Albert Einstein em Poetris.

O que é uma Pessoa Religiosamente Iluminada

Em vez de perguntar o que é a religião, prefiro perguntar o que caracteriza as aspirações de uma pessoa que me dá a impressão de ser religiosa: uma pessoa que é religiosamente iluminada parece-me alguém que, utilizando as suas melhores capacidades, se libertou das grilhetas dos seus desejos egoístas e está preocupado com pensamentos, sentimentos e aspirações a que se agarra devido ao seu estreito valor superpessoal. Parece-me que o que é importante é a força deste conteúdo superpessoal e a profundidade da convicção relativa ao seu significado esmagador, independentemente de se fazer alguma tentativa para reunir este conteúdo com um ser divino, pois de outro modo não seria possível considerar Buda e Spinoza personalidades religiosas. De igual modo, uma pessoa religiosa é devota no sentido de que não tem quaisquer dúvidas sobre o significado e o carácter desses objectos e fins superpessoais, que não necessitam nem garantem uma fundamentação racional (…)
A ciência só pode ser criada por aqueles que estão profundamente imbuídos de uma aspiração de verdade e compreensão. Todavia, a origem deste sentimento nasce na esfera da religião. A esta esfera pertence também a fé na possibilidade de as regulações válidas para o mundo real serem racionais,

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O Conflito entre o Conhecimento e a Fé

Durante o último século, e parte do século anterior, era largamente aceite a existência de um conflito irreconciliável entre o conhecimento e a fé. Entre as mentes mais avançadas prevaleceu a opinião de que estava na altura de a fé ser substituída gradualmente pelo conhecimento; a fé que não assentasse no conhecimento era superstição e como tal deveria ser reprimida (…)
O ponto fraco desta concepção é, contudo, o de que aquelas convicções que são necessárias e determinantes para a nossa conduta e julgamentos não se encontram unicamente ao longo deste sólido percurso científico. Porque o método científico apenas pode ensinar-nos como os factos se relacionam, e são condicionados, uns com os outros. A aspiração a semelhante conhecimento objectivo pertence ao que de mais elevado o homem é capaz, e ninguém suspeitará certamente de que desejo minimizar os resultados e os esforços heróicos do homem nesta esfera. Porém, é igualmente claro que o conhecimento do que é não abre directamente a porta para o que deveria ser. Podemos ter o mais claro e mais completo conhecimento do que é e, contudo, não ser capazes de deduzir daí qual deveria ser o objectivo das nossas aspirações humanas. O conhecimento objectivo fornece-nos instrumentos poderosos para a realização de determinados fins,

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O Que é a Religião ?

De início, portanto, em vez de perguntar o que é religião, eu preferiria indagar o que caracteriza as aspirações de uma pessoa que me dá a impressão de ser religiosa: uma pessoa religiosamente esclarecida parece-me ser aquela que, tanto quanto lhe foi possível, libertou-se dos grilhões, dos seus desejos egoístas e está preocupada com pensamentos, sentimentos e aspirações a que se apega em razão do seu valor suprapessoal. Parece-me que o que importa é a força desse conteúdo suprapessoal, e a profundidade da convicção na superioridade do seu significado, quer se faça ou não alguma tentativa de unir esse conteúdo com um Ser divino, pois, de outro modo, não poderíamos considerar Buda e Espinoza como personalidades religiosas. Assim, uma pessoa religiosa é devota no sentido de não ter nenhuma dúvida quanto ao valor e eminência dos objectivos e metas suprapessoais que não exigem nem admitem fundamentação racional. Eles existem, tão necessária e corriqueiramente quanto ela própria.

Nesse sentido, a religião é o antiquíssimo esforço da humanidade para atingir uma clara e completa consciência desses valores e metas e reforçar e ampliar incessantemente o seu efeito. Quando concebemos a religião e a ciência segundo estas definições, um conflito entre elas parece impossível.

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Novos Valores para a Sociedade

Se pensarmos na nossa vida e na nossa actuação, em breve notaremos que quase todas as nossas aspirações e acções estão ligadas à existência de outros homens. Reparamos que, em toda a nossa maneira de ser, somos semelhantes aos animais que vivem em comum. Comemos os alimentos produzidos por outros homens, usamos vestuário que outros homens fabricaram e habitamos casas que outros construíram. A maior parte das coisas que sabemos e em que acreditamos foi-nos transmitida por outros homens, por meio duma linguagem que outros criaram. A nossa faculdade mental seria muito pobre e muito semelhante à dos animais superiores se não existisse a linguagem, de modo que teremos de concordar que, aquilo que nos distingue em primeiro lugar dos animais, o devemos à nossa vida na comunidade humana. O homem isolado — entregue a si desde o nascimento — manter-se-ia, na sua maneira de pensar e de sentir, primitivo como um animal, dum modo que dificilmente podemos imaginar. O que cada um é e significa, não o é tão-sòmente como ser isolado, mas como membro duma grande comunidade humana, que determina a sua existência material e espiritual desde o nascimento à morte.
Aquilo que um homem leva para a sua comunidade depende,

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