A Arte Ă© IndivĂ­duo, nĂŁo Colectividade

Arte Ă© espĂ­rito, e o espĂ­rito nĂŁo precisa, em absoluto, de se sentir obrigado a servir a sociedade, a colectividade. A meu ver, nĂŁo tem direito a fazĂȘ-lo, devido Ă  sua liberdade e Ă  sua nobreza. Uma arte que «se mete com o povo», fazendo suas as necessidades das massas, do zĂ©-povinho, dos ignorantĂ”es, cai na misĂ©ria. Prescrever-lhe isso como um dever, admitindo-se, talvez, por razĂ”es polĂ­ticas, unicamente uma arte que a gentinha possa compreender, Ă© mesmo o cĂșmulo da grosseria e equivale a assassinar o espĂ­rito. Este – eis a minha firme convicção – pode empreender os mais audaciosos, os mais incontidos avanços, as tentativas e pesquisas menos acessĂ­veis Ă s multidĂ”es, e todavia ter a certeza de servir, de um modo elevado, indirectamente o homem, e Ă  la longue atĂ© os homens.