Textos sobre Liberdade de José Luís Peixoto

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Textos de liberdade de José Luís Peixoto. Leia este e outros textos de José Luís Peixoto em Poetris.

O Pior Medo Ă© o Medo de NĂłs PrĂłprios

O medo Ă© muitas vezes o muro que impede as pessoas de fazerem uma sĂ©rie de coisas. Claro que o medo tambĂ©m pode ser positivo, em certa medida ajuda a que se equilibrem alguns elementos e se tenham certas coisas em consideração, mas na maior parte dos casos Ă© negativo, Ă© algo que nos faz mal. (…) O pior medo Ă© o medo de nĂłs prĂłprios e a pior opressĂŁo Ă© a auto-opressĂŁo. Antes de se tentar lutar contra qualquer outra coisa, penso que Ă© importante lutarmos contra ela e conquistarmos a liberdade de nĂŁo termos medo de nĂłs prĂłprios.

Em Tudo o que Fiz Bem Pus um Pouco de Ti

Eis o teu rosto iluminado por esta hora de maio.
Ao filho autĂŞntico, basta fechar os olhos para encontrar o rosto da sua mĂŁe.
A fronteira que separa o dentro do fora Ă© vaga de propĂłsito, mais exata Ă© a fronteira dos meses.
MĂŁe, as tardes de maio nĂŁo sĂŁo um acaso.
Pus um pouco de ti naquilo que fiz de mais importante.
Onde existir terra estás tu, dás força e horizonte.
O ar não permitiria respiração se não te contivesse.
A água não seria capaz de alimentar sem a tua presença líquida.
O fogo não chegaria a acender se não incluísse o teu mistério no seu mistério.
Estavas já no primeiro início do firmamento, nesse rugido que encheu a superfície do céu e da terra, que rasgou as trevas; da mesma maneira, estarás no seu último fim.
Estás antes e depois.
Estás na lenta passagem da eternidade.
MĂŁe, atravessas a vida e a morte como a verdade atravessa o tempo, como os nomes atravessam aquilo que nomeiam.
Sabes que criei tudo o que há e sabes também que não criei tudo o que poderia haver.
Entre as faltas evidentes,

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